De Norte a Sul, Administração Rural capacita profissionais para o campo e para a indústria

Autor: Nayara Rosolen - jornalista

Filho de agricultores, Lucas Gonçalves, de 24 anos, nasceu no Pará, mas foi criado no Amapá. Ao concluir o ensino médio na cidade de Porto Grande (AP), não tinha condições de custear um curso superior. Mesmo as instituições públicas eram inacessíveis devido à distância de mais de 100km até a capital Macapá (AP). A primeira oportunidade surgiu com a inauguração do Instituto Federal do Amapá (IFA) na cidade em que morava, com cursos técnicos na área de agricultura e agronegócio.

Foi o pontapé inicial para a profissionalização que viria a seguir, na graduação de Tecnologia em Administração Rural da Uninter. Na escala de 1 a 5 do Ministério da Educação (MEC), a graduação acaba de ser avaliada com o conceito 4. “Por ser o primeiro das Ciências Agrárias [a ser avaliado], ficamos bastante satisfeitos. A nossa intenção é sempre atualizar e melhorar o curso, é muito importante que a dinâmica do agronegócio esteja viva. Conforme o agronegócio vai se desenvolvendo, vamos aprimorando e acrescentando materiais”, declara o coordenador, André Corradini.

Na formação em Agroecologia do IFA, Lucas teve a oportunidade de estagiar em uma multinacional, desempenhando atividades administrativas e no campo, mas em meio à pandemia não conseguiu a efetivação. O estudante conheceu o centro universitário quando, por convite de um primo, se mudou para o município de Lucas do Rio Verde (MT), conhecida como “a terra do agro”. A intenção era dar continuidade nos estudos e buscar por oportunidades de emprego.

Sempre encantado com a área das agrárias, também tinha o desejo de se formar em Administração. Quando soube da graduação da Uninter, percebeu que poderia “unir o útil ao agradável”.  “[Administração Rural] se encaixava perfeitamente com a carreira que queria seguir e com o que realmente me identificava. Estudei a grade curricular e fiquei ainda mais encantado”, conta.

Através do curso, conseguiu uma vaga de estágio na primeira indústria de etanol 100% a base de milho do Brasil, a FS Fuelling Sustainability. Lá ficou por um ano e seis meses, até ser convidado para assumir uma vaga de analista administrativo em uma empresa de reciclagem, na cidade de Sinop (MT). Logo após mudar para o município, recebeu outra oportunidade para o mesmo cargo na Fiagril, voltada para a área de grãos e insumos.

“No estado onde moro, a mão de obra qualificada voltada para o agronegócio é muito escassa, na maioria das vezes são contratados profissionais de outras regiões do país. O curso me permite focar na área que mais precisa no campo agro, como administrar empresas rurais, fazendas, indústrias, entre outras”, explica.

O coordenador Corradini diz que a ideia do corpo docente é fornecer aos estudantes uma capacidade de raciocínio de interpretação das condições que eles encontram nas realidades deles, que são muito distintas em um país continental como o Brasil. O intuito é que aprendam a desenvolver o olhar extensionista para que possam, com base nos conhecimentos que adquirem, adaptar para o cenário que vivem.

Lucas destaca a qualificação dos professores e o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) Univirtus, assim como o suporte com que pode contar através da tutoria. O estudante acrescenta que o resultado da avaliação do MEC mostra que, além do curso certo, também soube escolher a instituição, “comprometida com o ensino e aprendizagem”. “Não estarei somente me tornando um administrador rural, mas um profissional que teve um excelente aprendizado e ferramentas que superam as expectativas”, salienta.

No último período da graduação, ele é um dos formandos da primeira turma, iniciada ainda em 2022. Garante que é “motivo de grande orgulho” e que podem ser “exemplo para os futuros alunos”.

“O Lucas de antes, sem nem uma dúvida, não é o mesmo de agora. Com um investimento que coube no meu bolso, estou formando e terei meu primeiro diploma a nível superior, graças aos meus esforços e os de meus pais, bênçãos de Deus. Além da grande iniciativa da instituição em ofertar um curso como esse, com grande facilidade para quem deseja construir uma carreira profissional”, conclui.

A atuação de profissionais no campo

Sandra Pastuch, 43 anos, também cresceu no campo e, desde a infância, desempenhava atividades de agricultura. O desejo da formação profissional, sempre presente, era impedido pela necessidade de deslocamento todos os dias. Há quatro anos, a rotina se tornou ainda mais apertada. A estudante ficou viúva, com três filhos para criar. Foi a educação à distância (EAD) que possibilitou tornar o sonho do estudo uma realidade.

“Na Uninter, me identifiquei mais com o atendimento e a recepção foi maravilhosa. Para mim, é uma família, o pessoal é muito prestativo, sempre me auxiliam em tudo o que eu preciso. Os professores são maravilhosos, com conteúdos muito ricos e bem explicados”, comenta Sandra.

A princípio, se matriculou no curso de Serviço Social, no polo da Uninter em Prudentópolis (PR), onde mora, e fez por um ano. Mas, ao perceber que teria que realizar os estágios, entendeu que precisaria ficar muito tempo fora da propriedade rural. Foi quando a instituição lançou o curso de Administração Rural, graduação que se encaixou melhor com a realidade que vive e atividades que deveria desenvolver ao longo da formação.

Desde 2004, Sandra trabalha com vacas de leite da raça Jersey e aluga um terreno de nove alqueires, onde planta milho para silagem das vacas, soja e feijão. “O diferencial é que hoje, com o curso, consigo ter uma visão e tratar minha propriedade como uma empresa, sabendo gerenciar para que dê bons resultados”, salienta.

Para o trabalho extensionista, realizou atividades que já pratica no dia a dia, como fruticultura, criação de gado e plantio de grãos. “Foi maravilhoso colocar no projeto os trabalhos que realizo e ver que estou fazendo corretamente. Ajuda a ver detalhes para que tudo o que é feito tenha o melhor resultado possível. E, se tiver algum erro, possibilidade de encontrar soluções para melhorar”, afirma a estudante que também está no último período.

Do outro lado do país, no estado do Tocantins, Reginaldo Lopes reside em Marianópolis e se vinculou ao polo da Uninter na cidade de Paraíso. Na etapa final da graduação, ele conta que sempre gostou de plantar e a esposa foi a maior motivadora para a realização do curso.

Hoje como analista de controle agrícola na Fazenda São Geraldo, produtora de grãos, diz que os professores da graduação são os melhores do país. “Quando temos a melhor ferramenta para trabalharmos, não há motivo para sair algo errado”, complementa.

Ele garante ainda que, quando sabem que está estudando no centro universitário, logo surgem interessados em saber como a instituição e os cursos funcionam. Agora o que almeja, então, é continuar colocando em prática todo o conhecimento adquirido durante a formação.

Diversidade e crescimento que acompanham o mercado

Ao falar dos três estudantes que se destacam em suas áreas, Corradini diz que “são realidades distintas, mas que estão desenvolvendo um ótimo trabalho”. Diversidade que o próprio curso visa proporcionar, qualificando profissionais para diferentes áreas de atuação, como administradores de cooperativas, empresas de vendas de insumos, equipamentos, ou mesmo de propriedades rurais.

O coordenador lembra do projeto Aula no Campo, desenvolvido junto com a professora Maria de Fátima Medeiros. As aulas gravadas em diversas regiões são disponibilizadas para estudantes dos sete cursos das Ciências Agrárias, no AVA Univirtus.

“No caso de Administração Rural, visitamos vários produtores que administram suas propriedades de forma profissional, para poder realmente ter um lucro de se desenvolver ainda mais. Como o material é dinâmico, constantemente vamos acrescentando novos vídeos, aulas e conteúdos. Entenda, esse conteúdo [Aula no Campo] é além do regular da disciplina, algo que o aluno recebe a mais, é muito legal”, enfatiza.

Corradini diz que é importante que a dinâmica viva do agronegócio esteja dentro do curso, com aprimoramento e inclusão de materiais com as atualizações do mercado. O coordenador salienta que a área de Ciências Agrárias não para de crescer. Este ano lançaram o curso de Tecnologia em Pecuária e têm previsão de lançamento de novas graduações todo ano.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Nayara Rosolen - jornalista
Edição: Larissa Drabeski


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *