Você já ouviu falar do Transtorno de Déficit de Natureza?
Autor: Viviane Oliveira de Melo (*)O Transtorno de Déficit de Natureza (TDN) é descrito pela literatura desde 2005, quando foi intitulado pelo pesquisador norte-americano Richard Louv (cofundador do Children & Nature Network, em Minnesota, nos EUA e autor do livro A última criança na natureza). O TDN inclui uma lista de transtornos mentais oriundos de um estilo de vida sedentário, sem contato direto com a natureza, incluindo obesidade, hiperatividade, problemas de atenção e problemas vasculares. Embora não seja ainda um termo médico, seus sintomas são diagnosticados com frequência em crianças com menos de 12 anos de idade e ficou em maior evidência após o período da pandemia.
O transtorno vem sendo pesquisado por diversas áreas como educação, medicina, psicologia e neurociências. Quando não ocorre intervenção contrária, com a evolução do TDN, os indivíduos sofrerão na vida adulta com problemas de ordem social, comportamental, bem-estar físico e mental.
O contato com a natureza, especialmente entre os 0 aos 9 anos de idade, permite um desenvolvimento integral saudável dos indivíduos, tanto física quanto mentalmente. O contato com espaços naturais melhora as capacidades executivas, como planejamento, controle inibitório, atenção, tomada de decisão, formação de novas memórias e liberação de neurotransmissores que causam sensação de relaxamento e bem-estar.
Médicos norte-americanos estão recomendando caminhadas e brincadeiras em parques como terapia complementar no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, como relato feito pelo doutor H. Russell Searight, do departamento de psicologia da Universidade de Sault Saint Marie, em Michigan. O manual elaborado pelo Grupo de Trabalho em Saúde e Natureza, da Sociedade Brasileira de Pediatria, recomenda que o brincar na natureza atua na prevenção à miopia, diminui a ocorrência de distúrbios do sono, reduz a ocorrência de depressão, aumenta de maneira quantitativa e qualitativa a aquisição da linguagem.
Fica evidente que a promoção de discussões e medidas sobre a relações entre saúde e natureza nos âmbitos da educação, saúde e família são fundamentais para inserção dos benefícios do contato com a natureza na prevenção de transtornos mentais, principalmente para as crianças.
(*) Viviane Oliveira de Melo é especialista em Neuroaprendizagem, Psicomotricidade, Transtorno do Espectro Autista, Biotecnologia e tutora dos cursos de pós-graduação da Uninter na área de Neurociência.
Autor: Viviane Oliveira de Melo (*)Créditos do Fotógrafo: Scott Webb/Pixabay e Rodrigo Leal
Excelente matéria! Importante divulgarmos intensamente essas informaçõesm num momento em que as crianças estão voltadas ao us continuado de eletrônicosm onde tudo acontece num apertar de botõesm enquanto que na vida, os fatos não ocorrem tão rapidamente!! Gratidão!