O que representam os 50 anos dos Acordos de Paz de Paris

Autor: Gustavo Henrique Leal - Estagiário de Jornalismo

Entre os confrontos mais sangrentas da história da humanidade, a Guerra do Vietnã envolveu os Estados Unidos da América e a República Socialista do Vietnã durante os anos de 1955 e 1975. Com mais de 4 milhões de pessoas mortas, entre combatentes e inocentes, os representantes dos dois países assinaram um tratado de paz em Paris para a retirada das tropas em 27 de janeiro de 1973. Mesmo assim, a guerra seguiu por mais dois anos, e agora em 2023 o armistício assinado completou 50 anos.

A guerra iniciou por causa de outro conflito. Entre 1946 e 1954, o Vietnã lutava por sua independência, no território da colônia francesa, antes chamado de Indochina. Os vietnamitas obtiveram sucesso contra os franceses e logo o Vietnã foi divido em Norte e Sul. A parte setentrional era socialista e a meridional, capitalista. Antes do confronto chegar às vias de fato, em 1955 foi proposto ao Vietnã, durante uma conferência em Genebra, que houvesse eleições livres e que o país fosse reunificado. A porção sul recusou, alegando que seria impossível ter eleições livres e limpas no norte, e assim a tensão americana aumentou com medo de que o comunismo se espalhasse pela região asiática, a exemplo da China.

Em 1959, os Estados Unidos começaram a ajudar o Vietnã do Sul com treinamentos e armamentos militares e só em 1965, após a morte do presidente John Kennedy e a mudança de governo, a postura americana mudou, principalmente depois de acusar o Vietnã do Norte de ter atacado duas vezes uma embarcação americana. Assim começou a guerra, e os vietnamitas do Norte resistiram bravamente contra os ataques excessivos dos americanos, com bombas de napalm e outras armas pesadas.

Os americanos se retiraram da guerra em 1973, deixando um debate até hoje entre os historiadores e entre os países: os Estados Unidos perderam a guerra? A verdade é que ninguém poderia responder corretamente a essa questão. O que melhor explica o avanço do Vietnã do Norte é que, ao assinarem o tratado de paz, não cessaram fogo; já os americanos retiraram suas tropas do solo, e assim o Norte ampliou seu território.

A Guerra do Vietnã também ficou muito marcada na cultura popular americana. Diversos filmes, séries e documentários abordaram o confronto. Com a popularização dos televisores, a guerra era transmitida e entrava nos lares das famílias diariamente. “É um legado de entender que muitas vezes a guerra é obra de burocrata que faz inocentes morrerem. A gente tem que olhar com bastante criticidade, o brasileiro médio é muito americanizado”, explica o professor e doutor em História André Cavazanni.

Para saber mais sobre a guerra e sobre o acordo de paz dos países, basta assistir ao programa Chave Interdisciplinar, da Rádio Uninter, disponível neste link.

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Autor: Gustavo Henrique Leal - Estagiário de Jornalismo
Edição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica


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