Empreendedorismo feminino e o crescimento no Brasil
Autor: Vanessa Estela Kotovicz Rolon (*)É significativa a participação das mulheres na economia brasileira. Mais de 30 milhões de mulheres no Brasil são empreendedoras, e em nível econômico mundial, somos o sétimo país com maior nível de empreendedorismo feminino, segundo o GEM (Global Entrepreneurship Monitor ou Monitoramento de Empreendedorismo Global, traduzido). Cada vez mais as instituições financeiras e o mercado, como um todo, querem conhecer o perfil destas mulheres e o que as levou a empreender. A faixa etária destas empreendedoras está entre 22 e 35 anos e elas preferem os setores de alimentação, estética, moda e beleza. A mulher busca a sua independência financeira, sendo assim, ter uma fonte de renda é crucial!
A mulher dá conta de fazer várias coisas ao longo da vida, inclusive os sociólogos falam na tripla jornada que a mulher enfrenta ao ter o seu emprego, estudos e cuidados do lar. São tarefas atribuídas ao gênero feminino em nossa sociedade, com isso, o fato de termos mais mulheres empreendedoras representa uma alteração na conjuntura econômica do país, além de uma mudança social.
Durante o período pandêmico ocorreu um aumento de mulheres empreendedoras, que se deu principalmente devido ao fato de que muitas mulheres perderam seus postos de trabalho por terem que cuidar de idosos e de crianças. Porém, elas enxergaram a possibilidade de abrir seu próprio negócio, podendo conciliar as tarefas do lar, acompanhar seus filhos e ainda ter flexibilidade maior para lidar com as demandas da maternidade.
Por meio do empreendedorismo, muitas mulheres passaram a se realizar profissional e pessoalmente, uma vez que nas organizações muitas vezes elas esbarram no teto de vidro, ou seja, ascendem profissionalmente até um determinado limite; a partir dali, somente os homens ascendem em seus cargos. E por quê? Porque, por uma regra imposta pela sociedade machista, as mulheres são responsáveis por cuidar dos filhos, levá-los ao médico quando ficam doentes, cuidar dos idosos, entre outros. Já os homens raramente são cobrados em relação a essas questões, o foco deles está no trabalho, com a dedicação integral.
Quando a mulher sai para empreender, ela geralmente tem uma postura firme, ética, responsável e consciente em relação à sustentabilidade. Além desses fatores, quando as mulheres melhoram suas condições financeiras, elas investem mais na educação dos filhos e cuidam da comunidade em geral – quando uma vence, todas vencem. Os negócios abertos por mulheres têm dado certo e a explicação pode ser devido ao fato da dedicação e maior foco no negócio, incluindo uma visão maternal ao desenvolver a liderança com suas equipes.
Empreender não é um “mar de rosas”, pelo contrário, as dificuldades surgem, os desafios são impostos no dia a dia, mas, é importante salientar que os desafios podem ser superados por meio de determinação, força de vontade e, obviamente, com planejamento, organização financeira e disciplina. Portanto, se qualificar é fundamental para começar qualquer negócio.
*Vanessa Estela Kotovicz Rolon é coordenadora do curso de Administração da Uninter, doutora em Administração, mestre em Educação, especialista em Metodologia e Didática de ensino.
Autor: Vanessa Estela Kotovicz Rolon (*)