“Zé” retrata ditadura e resistência

Autor: Leonardo Tulio Rodrigues - estagiário de jornalismo

Baseado na obra homônima do escritor Samarone Lima, o longa-metragem “Zé” remonta a um período doloroso da história brasileira. Exibido na Mostra Competitiva Nacional, na edição 2023 do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, nos dias 20 e 21 de junho, o filme promove uma visita ao passado por meio da história de um homem que ficou marcado pela resistência.

A trama conta a história real de Zé (Caio Horowicz) e Lena (Eduarda Fernandes), que se casam justamente quando sua militância na Ação Popular, organização que resistia à ditadura militar brasileira, os obriga à clandestinidade. O terceiro longa-metragem do diretor Rafael Conde conta a história da vida de José Carlos Mata Machado, estudante universitário e um dos dirigentes da Ação Popular Marxista-Leninista. Durante os anos 1960, Zé, como era conhecido, foi perseguido por militares e faleceu em 1973, aos 27 anos, após ser torturado no DOI-Codi de Recife (PE) durante dez dias.

“A ditadura, na maior parte do tempo, é um ameaça não vista, é algo sentido. A gente percebe o terror das pessoas em relação ao espectro da ditadura, à repressão”, comentou o crítico de cinema Pablo Villaça durante a conferência de imprensa do filme, realizada em 21 de junho no Cine Passeio, em Curitiba (PR). O evento contou com a participação de atores e da direção do longa e transmissão ao vivo pelo Youtube.

“Eu acho que tem um cuidado a mais em representar alguém que existe ou existiu, porque você tem esse trabalho de honrar a pessoa de alguma forma, dignificar a história da pessoa”, afirma a atriz Eduarda Fernandes, que interpreta a esposa de José Carlos no filme.

Os atores explicam que, durante o processo de construção da obra, todos tiveram acesso não só ao livro de Samarone, como ao roteiro, aos depoimentos de pessoas que estiveram envolvidas na vida de Zé e depoimentos da comissão da verdade, responsável por investigar violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988. Além disso, o projeto, que levou cerca de 20 anos para ser desenvolvido, contou com os esforços de uma equipe que teve como objetivo recriar o cotidiano da década de 1960 no Rio de Janeiro.

“Foi um trabalho diferente dos outros que já fiz, porque o roteiro pressupunha já de cara uma estética épica e, em alguma medida, eu tinha que colocar isso na minha atuação”, explica Caio Horowicz, que vive Zé no longa.

O filme concorreu na Mostra Competitiva Nacional da edição 2023 do Olhar de Cinema. A Uninter é uma das patrocinadoras do festival, e a Central de Notícias Uninter (CNU) realizou a cobertura de todos os dias do evento. Confira todas as matérias neste link.

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Autor: Leonardo Tulio Rodrigues - estagiário de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Walter Thoms e reprodução


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