Descoberta da NASA pode ajudar a entender as estrelas e a vida no universo
Autor: *Daniel Guimarães TedescoBem, parece que o Telescópio espacial James Webb da Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço (NASA), fez mais uma descoberta interessante no espaço. Foram observados dois novos cinturões de gás e poeira ao redor da estrela Fomalhaut, que é frequentemente usada como um ponto de referência pelos astrônomos amadores em decorrência do seu brilho no céu noturno. Astrônomos usaram o Telescópio Espacial James Webb para visualizar a poeira quente ao redor desta estrela jovem próxima (Fomalhaut), a fim de estudar o primeiro cinturão de asteroides já visto fora de nosso sistema solar em luz infravermelha. Mas para uma boa surpresa, as estruturas observadas são muito mais complexas do que os cinturões de poeira de asteroides e Kuiper de nosso sistema solar. Na realidade, além do cinturão previamente observado, existem outros dois cinturões. Os três aninhados se estendem a 14 bilhões de milhas (23 bilhões de quilômetros) da estrela. Isso corresponde a 150 vezes a distância da Terra ao Sol.
Esta descoberta, por causa de sua forma, sugere a presença de um sistema planetário complexo e possivelmente ativo, o que pode ser emocionante para os astrônomos que procuram por planetas fora do nosso sistema solar.
Mas qual o motivo para essa descoberta ser importante? Estes cinturões de detritos ao redor da estrela Fomalhaut ajudam na compreensão da formação e evolução de sistemas planetários. Este resultado pode fornecer uma visão privilegiada do início da formação de planetas e ajudar a responder questões importantes sobre como os planetas se formam dentro dos discos primordiais, que cercam as estrelas jovens. De fato, o entendimento de como os sistemas planetários se formam pode ser importante para a busca de vida extraterrestre pois a existência de planetas com as condições ideais para abrigar vida depende da composição e evolução do sistema planetário em que estão localizados.
Os cinturões de detritos são importantes porque fornecem informações sobre a formação e evolução dos sistemas planetários, especialmente aqueles semelhantes ao nosso. Quando estudamos esses cinturões, temos uma visão privilegiada dos primórdios da formação de planetas. Estes cinturões ao redor de Fomalhaut são formados por detritos de colisões de corpos maiores, análogos a asteroides e cometas que temos em nosso Sistema Solar. A compreensão completa de como esses discos se formam e evoluem é essencial para entender o processo de formação dos planetas.
Contudo, ainda não foi descoberto nenhum planeta ao redor da estrela, mas pode ser visto que o disco é mais massivo e extenso do que foi observado, anteriormente. O fato curioso encontrado foi uma estrutura inesperada em forma de S na borda interna do disco, que remete à presença de planetas.
A descoberta dos novos cinturões de asteroides ao redor de Fomalhaut é mais uma contribuição ao campo da astronomia. Será que encontraremos evidências de vida ou talvez, só algumas toneladas de material espacial? De qualquer forma, é emocionante saber que o James Webb está pronto para ajudar a humanidade a explorar o cosmos e descobrir coisas novas.
*Daniel Guimarães Tedesco é Doutor em Física pela UERJ e professor de Matemática e Física dos cursos de Exatas da Escola Superior de Educação no Centro Universitário Internacional Uninter