Geografia une pai e filho

Autor: Leonardo Túlio Rodrigues - Estagiário de Jornalismo

A educação promove mudanças. Além de proporcionar novas oportunidades no mercado de trabalho e nos estudos acadêmicos, ela também reforça a inclusão e a acessibilidade. Moradores da cidade de Rio do Sul (SC), Marcos e Matheus Wipprich se destacam entre os diversos alunos da Uninter não só pelas boas notas, mas pela parceria desenvolvida entre pai e filho, respectivamente.

A iniciativa de Matheus em iniciar o bacharelado em Geografia na instituição fez com que o pai o acompanhasse na mesma universidade e na mesma graduação. Durante todo o curso, ele e seu pai trabalharam juntos nas atividades acadêmicas, incluindo atividades de estágio e o trabalho de conclusão de curso (TCC), que busca uma nova perspectiva sobre a organização do espaço urbano

Devido à condição de ambos, que foram diagnosticados autistas, a sala de aula convencional sempre foi um desafio. Sufocante e limitadora, ela muito atrapalhava o processo de aprendizado dos dois. Marcos conta que a modalidade EAD permitiu que conseguissem centrar seus esforços e que se sentissem bem enquanto estudavam. As aulas são assistidas na sala de casa, quando os dois estão juntos, em família.

“Para nós, a sala de aula é uma pressão muito grande, e um curso a distância era tudo que a gente precisava para estudar com tranquilidade, fazer os nossos horários”, explica o pai.

Matheus é atendido pelo Serviço de Inclusão e Atendimento aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais (SIANNE) do centro universitário. Criado em 2005 pela professora e coordenadora Leomar Marchesini, o setor tem como público-alvo alunos com deficiência física, visual, surdez e deficiência auditiva, deficiência intelectual, deficiência mental, múltipla, surdocegueira, alunos com superdotação e disfunções.

A jornada de ambos os alunos destaca a importância da inclusão e da acessibilidade no ambiente acadêmico, garantindo aos estudantes a oportunidade de alcançar seu potencial máximo e realizar seus sonhos. “A missão do SIANEE é promover as condições de acessibilidade, em sua mais ampla dimensão, para que pessoas com deficiência possam realizar cursos na instituição de ensino, com pleno proveito do conteúdo programático”, explica Leomar Marchesini.

Desde pequeno, Matheus sempre teve curiosidade de entender a geografia. Entre rascunhos e desenhos, o espaço urbano eram inspiração para novas criações do menino. A afinidade com a temática permaneceu ao longo do tempo e fez com que escolhesse se aprofundar nisso após terminar o ensino médio. “Era quase uma obsessão para ele”, comenta o pai.

Marcos, por sua vez, estudou na Uninter anteriormente. Na época, optou por não finalizar as graduações que havia iniciado. Ao retornar para os estudos acadêmicos, ele priorizou a instituição por já conhecer a estrutura e a metodologia aplicada. Com menos tempo para se dedicar aos estudos devido ao seu trabalho em uma empresa ligada a geração de energia, ele conta com a ajuda do filho para se manter firma nessa jornada.

Uma proposta de cidade para humanos

Concretizando uma parceria fiel, Marcos e Matheus vêm produzindo o trabalho de conclusão de curso (TCC) de maneira colaborativa. O objetivo dos alunos é desenvolver um pensar crítico sobre o espaço urbano e a mobilidade nas cidades brasileiras. Para eles, é evidente a necessidade de cidades mais eficientes do que as atuais, que desperdiçam enormes quantidades do espaço, do tempo e da energia dos seres humanos e do planeta. “Observamos a dificuldade de locomoção e acesso das pessoas em cidades convencionais. Tudo é muito complicado”, comenta Marcos.

Para refletir sobre isso, pai e filho desenvolveram um modelo diferente de organização urbana que prioriza a mobilidade e a efetividade do desenvolvimento urbano. Pensado em formato circular e composto por edifícios circulares, o modelo desenvolvido de maneira digital por meio de softwares de criação exemplifica a ideia de ambos para a criação de novos conceitos de urbanização.

Os prédios planejados por Marcos e Matheus contam com dois apartamentos por andar, com diâmetro de 16 metros por moradia. Além do desenvolvimento do projeto com o uso de softwares, os alunos realizaram a impressão 3D do modelo dos apartamentos. Ainda em processo de correção e qualificação, o trabalho já chama a atenção pelo caráter inovador e reflexivo sobre a mobilidade urbana. Após a conclusão do curso, pai e filho pretender dar segmento ao trabalho e atuar na área de geografia e planejamento urbano.

“Ainda não temos uma visão ampla de mercado, mas a ideia é desenvolver pesquisas geográficas para atender a necessidades das empresas”, finaliza Marcos.

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Autor: Leonardo Túlio Rodrigues - Estagiário de Jornalismo
Edição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica


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