Programa Jovem Aprendiz é a porta de entrada para uma carreira de sucesso

O programa Jovem Aprendiz (JA) é previsto pela Lei 10.097/2000 e determina que empresas de médio e grande porte reservem de 5% a 15% de suas vagas para os jovens de 14 a 24 anos. É a oportunidade do primeiro emprego que não exige experiência e proporciona um aprendizado teórico, por meio de uma entidade qualificadora, e experiência prática junto à empresa.

“O gestor desse jovem é responsável por conduzi-lo no primeiro momento. Imagina o que é para um adolescente acostumado a um ambiente escolar, familiar, social, de repente ter que se submeter a toda uma questão corporativa dentro de uma empresa. Precisa de muita orientação, feedback”, explica a gerente de projetos sociais do Instituto IBGPEX, Rosemary Suzuki.

A gestora da Central de Mediação Acadêmica (CMA) da Uninter, Helenice Jamur, ingressou na instituição ainda em 2007, mas conta que antes disso atuava na aprendizagem teórica de JA. Por isso, assim que teve oportunidade, quis acolher os aprendizes que participam do programa do IBGPEX.

Helenice afirma que só teve “boas experiências”, em uma mistura de “sorte e muita paciência”. A gestora salienta a importância do acolhimento para aqueles que estão ingressando no mercado de trabalho e que precisam que alguém dê essa oportunidade e confie neles, “porque é assim que começam a desenvolver a autonomia”.

“A gente tem que entender que é um processo. Isso envolve muita paciência, saber entender o erro como uma oportunidade de aprendizagem. Se você achar que vai receber o aprendiz e ele vai ter todos os conhecimentos de um profissional já formado, vai realmente se frustrar. Precisa ter essa questão de orientação, passar com esse colaborador as questões que ele precisa aprender”, complementa.

Desde 2015, quando a profissional fundou a CMA, seis jovens já passaram pelo setor e três estão ativos no momento. Aqueles que finalizaram o processo, foram promovidos para cargos efetivos. O que mostra que o JA pode ser o primeiro passo para construir uma carreira profissional. É o caso da analista de gestão de pessoas da Uninter, Flávia Dal Negro, que entrou para a empresa como aprendiz de Recursos Humanos, foi promovida a assistente, até chegar ao cargo que ocupa hoje, cinco anos após a entrada.

Flávia conta que buscava “uma empresa que tivesse disposta a ensinar, que tivesse paciência”, e foi o que encontrou no programa do IBGPEX em parceria com a Uninter. A analista dá destaque para a teoria alinhada com a prática que recebem e como todos os trabalhos realizados colaboraram no desenvolvimento comportamental e de comunicação.

“Amei logo de cara. Eu era uma pessoa muito tímida, reservada, tinha medo de encarar esses desafios novos, por isso me direcionei para um programa de aprendizagem. Quando entrei em contato com a turma e colegas que estavam tendo vivências em setores diferentes… Os temas não são o que a gente aprende na escola, são muito práticos do mercado de trabalho, então quando tive contato com tudo isso, fui me moldando e vendo as coisas de forma muito mais madura. Por isso consegui chegar aqui e vou conseguir crescer mais, com certeza, porque fui virando uma nova pessoa. Digo com convicção que hoje em dia sou uma pessoa totalmente diferente da pessoa que era antes do programa”, comenta.

Rosemary lembra que o programa JA do IBGPEX é composto por 1.280 horas, realizadas em um período de 11 meses. São 880 horas práticas, que os aprendizes fazem em seis horas diárias, quatro dias por semana. Esse trabalho é complementado com 400 horas teóricas, que acontecem nas sextas-feiras. Antes de ingressarem nas diversas áreas da empresa, os aprendizes passam por uma capacitação que tem a duração de um mês.

O maior desafio com os jovens, segundo a gestora, “é ter humildade e ser ensinável”. Para ela, se abrir para o aprendizado é o primeiro passo, porque aí se abre para o mundo de novidades, o feedback, seja ele positivo ou negativo. Outro ponto importante é “estar preparado quando chega a oportunidade”. Mesmo com a inexperiência profissional, é possível enriquecer o currículo com cursos disponíveis gratuitamente na internet e trabalhos voluntários.

As profissionais debateram o tema na edição do programa Impacto e Propósito sobre Jovem Aprendiz, transmitido pela Rádio Uninter. Assista ao bate-papo na íntegra, clicando neste link.