Alta taxa de suicídios entre a população idosa vira alerta
Autor: Leonardo Túlio Rodrigues - Estagiário de JornalismoUm estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e publicado pela Revista Brasileira de Psiquiatria aponta que as taxas de suicídio entre mulheres e idosos tiveram alta durante a pandemia. De acordo com boletim epidemiológico divulgado no ano passado pelo Ministério da Saúde, a taxa de brasileiros idosos que consumaram o suicídio saltou de 6,8 a cada 100 mil habitantes em 2010 para 7,8 em 2019 para o mesmo contingente.
“A gente sempre pensa que as taxas maiores estão entre os jovens. Quando observamos a realidade, a gente se assusta”, afirma a mestra pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenadora do bacharelado em Gerontologia da Uninter, Maria Caroline Waldrigues.
O suicídio já é considerado um problema de saúde pública, principalmente se falarmos da parcela da população acima dos 60 anos. A campanha Setembro Amarelo busca conscientizar a sociedade quanto à importância da saúde mental e a prevenção ao suicídio.
“É preciso repensar nisso. Pensar nas políticas, nas ações, na comunidade. Os suicídios podem ser evitados”, diz Maria Caroline.
A preocupação quanto à saúde mental dos idosos vem se acentuando nos últimos anos não só por causa das taxas de suicídio, como também devido às projeções para os próximos anos. Isso porque o país irá enfrentar o que especialistas chamam de transição demográfica, que está associada à queda acentuada das taxas de fecundidade, natalidade e mortalidade, impactando de maneira direta nas características da população.
A previsão é que a pirâmide etária brasileira se altere por causa da predominância de idosos em comparação a outras faixas etárias. O aumento da população idosa cria um alerta sobre esses indivíduos, considerados o grupo populacional de maior risco para suicídio.
Maria explica que processos dificultosos levam pessoas ao sofrimento. Com isso, há de se pensar em estratégias para contornar essas situações. No caso dos idosos, muito disso pode estar relacionado a doenças crônicas ligadas ao processo do envelhecimento, assim como transtornos emocionais.
“A gente tem que tentar entender o outro, proporcionar outra forma de acolhimento e inserção na sociedade”, afirma a professora.
A coordenadora destaca a importância da promoção de saúde e de qualidade de vida para essa população. Espaços como praças, parques, teatros e feiras são mais do que recomendados para reintegrar aqueles idosos que há muito tempo vivem uma vida à parte. “É preciso observar sinais e estar sempre atento”, diz.
Maria Caroline Waldrigues foi a convidada da edição especial do programa Saúde em Foco, transmitido pela Rádio Uninter em 15 de setembro de 2022. Com a apresentação da jornalista Barbara Carvalho, o programa debateu a prevenção do suicídio na população idosa e pode ser conferido neste link.
Autor: Leonardo Túlio Rodrigues - Estagiário de JornalismoEdição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica
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