Design Digital em 2022: quais as tendências?
Autor: Daniela Mascarenhos - Estagiária de jornalismoVocê instala um aplicativo novo no seu celular e, em pouco tempo de uso, tem a sensação de que ele foi feito especialmente para você. Essa situação é bem comum hoje em dia. Mas, não é apenas impressão sua, tem alguém pensando em absolutamente tudo para tornar o seu uso ainda mais prático e confortável.
Por exemplo, um dos aplicativos mais conhecidos de localização é o Waze. Uma interface simples, de fácil uso e sem muitos atalhos que pedem a atenção contínua. Ou seja, a equipe responsável por trás desse mecanismo teve todo um cuidado e responsabilidade ao lançar um aplicativo que seria usado na maior parte do tempo quando se está dirigindo.
Hoje o mercado exige que, além dos pré-requisitos para trabalhar com o design digital como, gostar de tecnologia, saber conversar e ouvir o cliente/consumidor, entre outros, o profissional também esteja em constante inovação. Porque o cliente em algum momento vai pedir por algo novo, ele vai ligar o seu celular e vai buscar por essa atualização.
De acordo com o diretor de projetos da Housecricket e publicitário, Renato Vertemati, “a tecnologia é como um sinônimo de inovação”. Ele exemplifica que basta olhar para as atualizações dos aplicativos no celular, é algo quase que semanal, mas também, uma resposta para a urgência dos consumidores.
Vivemos em uma era tão automatizada que aqueles aplicativos que possuem apenas uma função precisam fazer valer a sua permanência no celular. Ou seja, estar em constante inovação. “Os aplicativos precisam ser muito bons, eles precisam atender a qualquer imediatismo que o usuário venha a ter. Ou ele é útil ou não vale o espaço ocupado”, explica Renato.
O que é necessário para ingressar no mercado hoje?
Quando se fala sobre o projetar algo, o mais comum é que se imagine um rascunho ou esqueleto do que virá a ser o produto final. Realmente era assim, hoje o profissional precisa saber trabalhar com a prototipação.
“Antes o cliente precisava abstrair muita coisa. Ele tinha que tentar visualizar naquele amontoado de retângulo cinza, marcações e caixas de texto, como ficaria o projeto final. Agora ele consegue até mesmo fazer cliques no projeto, interagir com a interface, tudo ainda em protótipo”, explica o publicitário.
Segundo Renato, essa automação no processo também é um ponto positivo para a própria equipe. “Quando o projeto passa para o desenvolvimento já está meio caminho andado. Então as chances de precisar refazer ou de dar passos para trás nesse processo, são muito menores. Porque o cliente já aprovou algo muito próximo do resultado final”, diz.
Renato ressalta que outro ponto importante é o trabalho da prototipação em colaboração. “Por conhecer muito o perfil do designer, um toque que eu dou, é que hoje em dia esse trabalho tem que ser feito junto com o desenvolvedor. Como o designer está lidando já muito perto do produto final, se o desenvolvedor não estiver junto, tem coisas que ele vai imaginar e depois podem acabar não sendo feitas”, explica.
“Dependendo do caso, trabalhar junto com o próprio cliente também. Ele pode ir colaborando ao longo do trabalho e não mais esperar aquele grande pacote finalizado e dizer se está aprovado ou não. É uma dinâmica de trabalho diferente que tende a crescer”, complementa.
Afinal, embora o cliente ainda não saiba, ele quer isso. Ele quer o projeto entregue em tempo recorde com uma qualidade excelente. De acordo com Renato, para que essa entrega final ocorra, o profissional precisa aprender a trabalhar dessa forma.
Um outro fator importante é o design system, que consiste na modularização do trabalho do designer e que, no final, também vai resultar num cronograma mais rápido, entrega mais rápida e uma dinâmica de projeto mais produtiva. O design system é um termo para ser estudado, mas que de forma resumida é uma forma de colocar o design como módulo. O designer vai pensar nos módulos dos botões que ele vai produzir, vai pensar nos campos que precisam ser escritos, nas formas que a marca vai ser inserida, a tipologia dos textos, as abas de navegação.
“Ele [o designer] pensa tudo em módulos e quando finaliza, ele tem uma biblioteca de tudo o que ele já pensou e só precisa montar. O projeto pode ter 50 ou 5.000 telas, o trabalho vai ser mais rápido de qualquer jeito. Fora que quando o projeto é entregue o cliente tem um manual na mão para evoluções e livra o usuário de precisar fazer aquela engenharia reversa para conhecer o projeto”, complementa.
Renato finaliza dizendo que, “a cabeça do designer tem que se adaptar é uma forma diferente de trabalhar, não é mais o cara que pega uma tela branca e preenche ela. É diferente”.
A coordenadora dos cursos de pós-graduação da Uninter da área de Arquitetura e Design Giselle Dziura entrevistou Renato Vertemati para o programa Segredos da Arquitetura e do Design da Rádio Uninter. O convidado é diretor de projetos da Housecricket, publicitário, com MBA em marketing e 20 anos de experiência em marketing digital, varejo online e integração de canais.
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Autor: Daniela Mascarenhos - Estagiária de jornalismoEdição: Larissa Drabeski