As diversas oportunidades que a Física Médica oferece
Autor: Nayara Rosolen - JornalistaA radiação ionizante é popularmente conhecida na realização de procedimentos como raio-x, tomografia e mamografia. O que poucos sabem, é que essa radiação no geral também é aplicada para o tratamento de câncer. Isso se dá pela Radioterapia, uma especialidade da Física Médica.
No âmbito da saúde, existem mais duas grandes áreas: Medicina Nuclear e Radiodiagnóstico. A profissão, muito associada a ambientes hospitalares e de clínicas, também possui um conhecimento agregado que permite a aplicação dentro das indústrias.
Embora exista essa conexão com a área da Medicina, profissionais formados em cursos de bacharelado em Física e Física Médica também exercem as funções. Para isso, precisam de um certificado de especialização que comprove estarem aptos para serem responsáveis técnicos.
Isso é possível a partir da realização de uma residência nas determinadas vertentes, que concede ao físico médico o título de especialista. A aplicação de provas de especialistas para as principais áreas é um dos grandes papeis da Associação Brasileira de Física Médica (ABFM).
“Se você quer entender um pouco mais de física médica, principalmente para as grandes áreas, em sua maioria, é muito importante saber de física quântica, mecânica quântica e interação da radiação com a matéria. Isso é básico. É muito importante frisar a palavra responsabilidade, porque se você já tem o conhecimento necessário, em tese pode executar a atividade. Só não pode assinar e ser responsável por ela”, afirma o diretor de Medicina Nuclear da ABFM, André Luiz Alberti Leitão.
A Radioterapia
De acordo com o doutor em física médica, Paulo Cesar Petchevist, que atua há oito anos na Clínica Oncoville, “a radioterapia é crescente, vem ampliando e ainda vai demandar muitos profissionais”. A especialização exige dois anos de residência, em que os profissionais têm a oportunidade de se preparar para a rotina da profissão, desenvolvendo e aprimorando as competências e habilidades necessárias.
Petchevist cita quatro seguimentos possíveis dentro da área da radioterapia. O primeiro é o planejamento do tratamento do paciente, na qual ele mesmo atua.
A quantidade de energia da radiação ionizante da radioterapia são altas. Por isso, também é necessário o físico supervisor de proteção radiológica, que garante a segurança de todos os profissionais envolvidos, que são monitorados ao longo do mês através de dosímetros individuais que utilizam ao longo do período.
Na radioterapia, o físico médico também atua no controle de qualidade das máquinas que fazem os tratamentos dos pacientes, os aceleradores lineares principalmente, que são responsáveis pela emissão da radiação que vai tratar a lesão do paciente.
E, por último, a área de dosimetria, em que se realiza a medição da dose na região em que será tratada, assim como verifica se a dose que a máquina está entregando no determinado ponto é exatamente o que o médico deseja.
O bacharelado para além da indústria
Camila Marmitt uniu o apreço pelas exatas e pela parte de equação de clínica hospitalar e decidiu seguir para a física médica por meio do bacharelado em Física, realizado na Uninter. A egressa ainda não exerce a função de física, mas atualmente já trabalha no departamento de física médica do Hospital Erasto Gaertner. Agora, almeja a residência para se aprofundar e receber o título de especialista na área de radioterapia.
A profissional diz que o que colaborou ainda mais na graduação, foi a expertise da Uninter na modalidade de educação à distância. Junto aos conteúdos gravados pelos professores, ela pôde contar ainda como o laboratório portátil individual (LPI) que a instituição oferece para os estudantes após um ano de curso. Assim, conseguem aplicar na prática o que aprendem nas aulas. Além da flexibilidade de poder conciliar os estudos com o trabalho.
“Considero que a base que eu tive na faculdade foi muito boa. Como já trabalho na área, sei quais são as competências que preciso desenvolver. Mas é importante a gente ter essa conversa e esclarecer esse novo leque de oportunidades para estudantes do bacharel em Física. O curso abre um leque bem grande de atuação e eu, particularmente, vou defender muito a minha base, porque a formação foi muito boa”, conclui Camila.
Para aqueles que têm interesse em adentrar a área da física médica, a primeira dica que ela dá é se tornar membro da ABFM ainda na graduação, pois a associação possui um programa de formação continuada, realiza congressos com muitas aulas de todas as grandes áreas. Isso coopera para melhor entendimento e preparação para a profissão.
Camila também salienta a importância do estágio durante a graduação. “Aproveitem para conhecer as clínicas, os hospitais, para conhecer a área, ver se é o que realmente quer. O estágio é ótimo para isso, sentir na pele uma rotina do físico médico e, depois de formado, poder escolher a área e seguir para uma especialização”, finaliza.
Os profissionais abordaram essas e outras questões sobre a Física Médica no programa Competências e Empregabilidade, apresentado pelo coordenador da Central de Carreiras Uninter, Sidney Lara, e pelo professor da área de Exatas da Escola Superior de Educação (ESE), Daniel Guimarães. A edição do dia 25 de abril foi transmitida pelo canal do Youtube da ESE e segue disponível para livre acesso.
Autor: Nayara Rosolen - JornalistaEdição: Larissa Drabeski