Os compromissos da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável

Autor: Flávio Ducatti - Estagiário de Jornalismo

A Agenda 2030 contempla os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como um apelo global para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir que as pessoas em todos os lugares possam desfrutar de paz e prosperidade. A autoria é da Organização das Nações Unidas (ONU), com o prazo de cumprir os objetivos até 2030, inclusive no Brasil.

O objetivo do milênio tem cinco Ps como eixos principais: pessoas, planeta, prosperidade, paz e parcerias. A meta do milênio passado foi uma proposta feita nos anos 2000, com prazo de quinze anos. Uma nova proposta, feita em 2015, tornou-se os ODS. Eles são formados por dezessete metas e 169 objetivos, números bem acima dos oito objetivos do último milênio. Essas propostas podem ser entendidas como um projeto socioambiental de desenvolvimento sustentável, com metas bastante audaciosas que buscam construir a paz e ações que proporcionem uma construção de sociedade futura.

“Tem sido a tônica nas últimas décadas de entender a sustentabilidade como uma articulação entre o desenvolvimento ambiental e o desenvolvimento humano social. Não é a escolha de um ou outro, mas são as duas coisas articuladas, isso associado a um crescimento econômico, crescimento político, enfim, um crescimento da humanidade como um todo”, explica a professora de Sociologia da Uninter e doutora em Ciências Sociais Valéria Pilão.

A Agenda 2030, que reúne os 17 ODS, é um grande projeto de transformação encabeçado pela ONU, com a participação de 193 países que são membros da organização e signatários desse acordo. “É importante chamar atenção que não é um tratado […] mas de um acordo consensual. Então, todos os Estados-nações aderem a essa proposta e buscam aí seguir a superação de atingir as metas que cada um dos objetivos do milênio propõe”, complementa Valéria.

“O desafio para nós é que, às vezes, essa proposta não chega ao povo, fica nos ambientes acadêmicos ou fica numa discussão um pouco mais intelectualizada. Mas, a gente tem mais de 800 milhões de pessoas no mundo que morrem de fome por ano, então esse é o grande desafio: fazer com que os objetivos se tornem um pouco mais populares para que as pessoas entendam um pouco sobre isso”, cita o coordenador da área de Humanidades da Uninter e doutor em Teologia, Cícero Manoel Bezerra.

Os ODS são pensados para minimizar a desigualdade ambiental e social existente no mundo todo, incluindo a erradicação da diferença sobre grupos vulneráveis e minorias. Para a professora, é necessário que o Estado, em todas suas esferas, produza ativamente políticas públicas que levem tanto as ações das ODS quanto o conhecimento delas à população. É essencial, da mesma forma, que pesquisas e relatórios quantitativos sejam produzidos pelos entes públicos a fim de medir a realização desses projetos e o atingimento das metas junto ao público.

O pensamento é apoiado por Bezerra, que sinaliza a importância de compreender como o Estado Democrático de Direito funciona no Brasil e seus caminhos no Legislativo, Executivo e Judiciário. “Não tem outra forma de fazer com que esses objetivos sejam alcançados se não for através da máquina pública. Temos que ir atrás daqueles que fazem as leis para transformar as políticas públicas em leis, para que elas possam ser implementadas e alcancem o cidadão e a cidadã nos diferentes espaços da sociedade”, finaliza o professor.

Os professores apresentaram as metas da Agenda 2030 no programa Chave Interdisciplinar de 26 de maio de 2022. A edição foi transmitida na Rádio Uninter e pode ser conferida neste link.

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Autor: Flávio Ducatti - Estagiário de Jornalismo
Edição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica
Créditos do Fotógrafo: ONU e reprodução YouTube


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