Alimentação sem glúten: saúde ou modismo?
Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de JornalismoDe acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 1% da população possui a chamada doença celíaca. Menos conhecida do que as famosas intolerâncias alimentares (como no caso da intolerância à lactose), a doença está ligada diretamente ao consumo de glúten.
O glúten nada mais é do que uma proteína presente no trigo, na cevada e no centeio. Para grande parte da população, ingerir esses alimentos ou seus derivados não é um problema. Mas no caso de indivíduos alérgicos à essa proteína, o consumo pode ser fatal.
Na opinião de Elaine Souza, nutricionista e professora da Escola Superior de Saúde da Uninter, temos que entender a diferença entre uma alergia alimentar e uma intolerância. Ela explica que uma alergia alimentar é um processo mais sério, em que sistema imunológico da pessoa está envolvido.
“Na reação alérgica, o sistema imune entra em ação e começa a combater não só o ingrediente consumido, mas também os órgãos do próprio sistema fisiológico, trazendo riscos à vida da pessoa”, afirma.
Vale alertar que não só o contato através da alimentação pode prejudicar a saúde daqueles que possuem a doença celíaca. O uso de cosméticos ou produtos de higiene que contenham glúten em sua composição também pode ser prejudicial. Além disso, Elaine diz que o próprio contato com a proteína através do ar em determinadas regiões e ambientes também deve ser evitado.
Durante os últimos anos, a indústria alimentícia vem realizando um forte trabalho de informação sobre a presença do glúten em determinados alimentos. “Nos mercados, encontramos hoje muitas variedades de alimentos sem lactose e sem glúten”. Essa iniciativa ganhou força após a popularização de dietas que eliminam o glúten em busca do emagrecimento, o que faz parte do que os nutricionistas chamam de “modismo”.
Alisson David, nutricionista e coordenador dos cursos na área da Saúde da Uninter, afirma que não há lógica em retirar o glúten da alimentação de quem não tem alergia à proteína. “Nós vemos várias dietas da moda em que a pessoa passa a consumir alimentos sem glúten sem entender o porquê. Além de serem alimentos mais caros, esses alimentos podem ser menos nutritivos”, explica.
Ele complementa que é primordial consultar um nutricionista antes de qualquer mudança drástica na alimentação.
Alimentação sem glúten
Para aqueles que de fato possuem a doença celíaca, é possível encontrar uma série de alimentos de baixo custo. Confira a lista:
- Frutas e legumes;
- Vegetais e tubérculos (como inhame, mandioca, batata e batata doce);
- Carnes, ovos e peixes;
- Arroz, feijão, ervilha, lentilha e soja;
- Farinhas de arroz, mandioca, amêndoa, coco e ervilha;
- Maisena (amido de milho);
- Sal, açúcar, chocolate em pó e cacau;
- Óleos vegetais, incluindo o azeite de oliva;
- Oleaginosas, como amêndoas, nozes, castanha e amendoim;
- Leite, iogurte, manteiga e queijos.
O tema foi abordado durante o programa Sua Saúde, transmitido pela Rádio Uninter no dia 19.abr.2022. Com mediação da jornalista Barbara Carvalho, o programa recebeu Alisson David e Elaine Souza para conversar sobre a doença celíaca e a alimentação sem glúten.
Clique aqui para conferir a transmissão na íntegra.
Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de JornalismoEdição: Larissa Drabeski
Revisão Textual: Jeferson Ferro