A emergência dos atores internacionais não-estatais na guerra na ucrânia

Embora o mercado russo seja importante na economia global, essas decisões fazem parte de estratégias corporativas para balançar a economia do país, além de afirmar seus valores internacionalmente e repudiar o conflito militar.

Para as relações internacionais, esse é um momento histórico. Por muito tempo, o cenário internacional era protagonizado pelos Estados soberanos, classificados tecnicamente como atores internacionais estatais. No entanto, essa conjuntura se modificou nas últimas décadas. A exemplo das decisões dessas empresas transnacionais, que evidenciaram o papel emergente dos atores internacionais não-estatais.

Na contemporaneidade, as empresas transnacionais tornaram-se parte do processo de mudança e desenvolvimento do cenário internacional, influenciando e sofrendo influência da globalização. Em outros termos, as empresas transnacionais estão cada vez mais envolvidas com a política internacional e, portanto, forçadas a se posicionarem diante de assuntos como paz e guerra.

Embora ainda não seja claro o grau de influência e consequências dessas decisões corporativas sobre a guerra, é certo que cada uma dessas corporações possui um papel fundamental na forma como o conflito armado é percebido e encaminhado internacionalmente, seja por atores estatais, seja por atores não-estatais.

* José Benedito Caparros Junior é Internacionalista, Mestre em Educação e Novas Tecnologias e coordenador de pós-Graduação nas áreas de Comércio Exterior e Relações Internacionais na Unninter.