SIANEE começa o ano com aumento no número de matrículas de alunos especiais
Autor: Barbara Carvalho - JornalistaA educação e o acesso à aprendizagem são direitos garantidos pela Constituição Federal de 1988 e que se aplicam também as pessoas que precisam de atendimento especial. Na Uninter, o setor responsável por atender os alunos com deficiência – sejam elas físicas, visuais, auditivas ou intelectuais – é o Serviço de Inclusão e Atendimento aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais (SIANEE).
Em 2022, o setor contou com um aumento expressivo de matrículas. O número de alunos com deficiência e diversidades matriculados na instituição pulou de 1.100 em 2021, para 2.058 discentes, um aumento de 87%. Os cursos com maior número de matriculas são Pedagogia e Análise e Desenvolvimento de Sistemas. “Não esperava, foi uma feliz surpresa”, conta Leomar Marchesine, coordenadora do SIANEE.
De acordo com Leomar, os novos alunos poderão contar com atendimento educacional especial durante todo o curso, e para manter a qualidade do serviço, o SIANEE capacita constantemente docentes e polos. O setor também conta com intenção de expansão da área devido ao número de matrículas que podem aumentar ainda mais.
“O aumento do número de alunos cadastrados no SIANEE representa credibilidade e reconhecimento de nosso trabalho na sociedade brasileira. Temos alunos em todos os estados da nação. Sendo assim, acredito que a tendência seja aumentar o número de pessoas com deficiência na Uninter. Entretanto, temos que lembrar que isto também dependerá de fatores sociais e econômicos do país”, ressalta Leomar.
Dentre estes novos dados um deles chama atenção, o número de alunos cadastrados que apresentaram Transtornos Globais do Desenvolvimento, também chamada de Deficiência Psicossocial ou Deficiência Mental. De acordo com dados divulgados no ano de 2022 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no primeiro ano da pandemia, a prevalência de ansiedade e depressão aumentou em 25% no mundo todo.
Decorrência ou não da pandemia, na Uninter são 475 discentes que relatam deficiências como depressão, síndrome do pânico, transtorno da bipolaridade e fobia social, correspondendo a 22% dos alunos atendidos pelo setor. Esses alunos apresentam voluntariamente laudos médicos, psiquiátricos ou declarações de psicólogos clínicos sobre sua condição.
“No âmbito da inclusão e sua legislação própria, estão inseridos como uma natureza de deficiência e como não doença. Por esta razão, as pessoas com esta diversidade têm direito a estudar e frequentar instituições de ensino em todos os níveis de educação, contando com atendimento educacional especial. As limitações são que importam no atendimento educacional especial. E neste sentido, todos têm direito à educação. As pessoas com esta natureza, muitas vezes julgam estar impedidas de frequentar universidades. A divulgação de seus direitos na mídia é que faz a diferença no conhecimento de seus direitos”, esclarece Leomar.
Apesar da educação ser direito de todos, foram necessárias outras leis para garantir o acesso ao ensino pelas pessoas com deficiência. A lei nº 7.853, de 1989, foi uma das primeiras leis federais especificas destinada a pessoas com deficiência, tal lei garante o pleno exercício da integração social da pessoa com deficiência em escolas especiais. No ensino superior, apesar do avanço dos últimos anos, as pessoas com deficiência ocupam apenas 1% das faculdades brasileiras.
Um dos motivos da baixa adesão de pessoas com deficiência ao ensino superior é a falta de estrutura acessível para a locomoção no local. A acessibilidade urbana também é outro tema que sempre entra em debate para estas pessoas, além da questão do transporte coletivo. Pensando nestes pontos, a educação a distância oferece apoio para que estas pessoas possam ingressar ou concluir seus estudos. Para Leomar, o papel da instituição de ensino em fazer sua parte para a inclusão se torna fundamental.
“Isto ainda se deve à falta de acessibilidade de muitas instituições que não promovem as adequações necessárias para os alunos com necessidades educacionais especiais. As pessoas com deficiência ingressam e logo saem decepcionadas e até se sentindo incapazes. Mas o problema não está nelas e sim nas instituições que não oferecem um sistema educacional inclusivo. E que não cumprem a lei. O comprometimento da Uninter com a inclusão de pessoas com deficiência, tem uma importância grandiosa. Com a educação inclusiva são preparadas para o exercício profissional e de sua cidadania, o que as torna participantes da economia do país”.
Autor: Barbara Carvalho - JornalistaEdição: Larissa Drabeski