Sustentabilidade também é preocupação dos meios de comunicação

Autor: Arthur Salles - assistente de comunicação acadêmica

Green energy button on computer keyboard for environment help and conservation awareness concept. Laptop key with modern tree leaf line art icon.

As preocupações com um futuro sustentável por meio da preservação do meio ambiente ganharam a agenda de pautas sociais das duas últimas gerações. À medida em que a degradação ambiental aumentava com o avanço dos processos de industrialização, ativistas da “causa verde” (como é denominada a bandeira em prol do meio ambiente) elevavam suas vozes em discursos cada vez mais contundentes. Tais manifestações passaram a aprofundar suas raízes na opinião pública, fazendo da mídia um importante veículo de expressão.

Os meios de comunicação, em campanhas estimuladas tanto pela iniciativa privada quanto estatal, tornaram-se importantes aliados para a conscientização ambiental. O engajamento da população em torno do tema criou um segmento de “vigilância do consumidor”, agora com os olhares apontados sobre o comprometimento de empresas e governos com práticas sustentáveis.

Essas ações podem ser vistas na busca de novos processos de produção, como a redução no uso de recursos naturais e o descarte facilitado de embalagens e produtos. Fruto da contemporaneidade, a fiscalização desses processos ganhou força no ambiente digital e em sua comunicação nessa esfera. Organizações de protestos, interação facilitada com as marcas, acessibilidade a informações e até mesmo campanhas de “cancelamento” são ferramentas à disposição aos usuários da internet, especialmente os mais jovens.

É esse público o que mais fomenta debates de aspectos social, político e ambiental nas redes digitais. Quem o diz é o levantamento de 2019 da companhia de telecomunicações e tecnologia Verizon Media, que destaca o maior engajamento da faixa etária entre 16 e 24 anos em um período de três anos (2016 a 2019). A pesquisa analisou 118 mil interações online realizadas por 60 mil pessoas em 15 grandes mercados do planeta, como Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e China, e aferiu que a chamada Geração Z (nascida no século 21) possui 72% mais chances de consumir conteúdo político e está 62% mais inclinada a buscar conteúdos com orientação ambiental.

A mobilização realizada em conjunto por esses tripé população-empresas-governos é a principal alavanca de uma possível transformação social e ambiental para as próximas décadas. Como produto dessa relação, a confiança dos consumidores pode ser notada em relação às marcas. Em pesquisa feita pela empresa americana de consultoria de relações públicas e marketing Edelman, 69% dos consumidores dos oito países pesquisados creditaram o aumento da confiança em determinadas empresas devido à preocupação social expressa por elas.

A prestação de contas dessas empresas diante da sociedade muito deve às estratégias de comunicação realizadas. Publicidade aliada à inovação de um produto, projetos de responsabilidade socioambiental, comunicação administrativa interna e os contatos estabelecidos pelas assessorias de imprensa são alguns dos pontos salientados doutorando em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenador dos cursos de pós-graduação em Comunicação da Uninter, Clóvis Teixeira Filho. Por outro lado, o pesquisador cobra atenção para companhias que fazem de suas ações o oposto de suas divulgações.

“[Greenwashing] É apenas a empresa comunicar que está participando de uma causa verde sem efetivamente mudar sua estrutura e ter um projeto que tenha resultado em benefícios para essa causa”, enfatiza o professor.

Os canais de comunicação, na opinião do docente, devem também oportunizar a interação entre as grandes empresas e os representantes locais da população, do governo e de pequenas empresas já estabelecidas em determinada região. “É preciso não apenas ensinar, mas também aprender como se faz com quem já está naquele espaço, que muitas vezes sabe melhor do que ninguém como aquele ambiente precisa ser desenvolvido para um desenvolvimento social e sustentável dessas comunidades”, afirma.

A Uninter dispõe de cursos que conectam os eixos entre comunicação e movimentações socioambientais. Planejamento de Comunicação Integrada, Comunicação, Cultura e Consumo e Branding e Comunicação Digital foram as pós-graduações destacadas por Clóvis e a tutora Edna Chimenes na transmissão Consumo consciente e vigilância do consumidor. A apresentação fez parte da Supermaratona Uninter: Terra planeta água. A maratona de transmissões foi ao ar entre os dias 18 e 19 de março, com 24h de lives sobre o papel de cada cidadão diante do consumo da água como recurso natural. Todas as transmissões podem ser conferidas neste link.

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Autor: Arthur Salles - assistente de comunicação acadêmica
Edição: Mauri König


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