Farmacêutico, um profissional essencial à saúde pública

Autor: Evandro Tosin – Assistente de Comunicação Acadêmica

Quando se pensa em ‘farmacêutico’, logo imaginamos farmácias e laboratórios. Mas não é apenas de remédios que vive este profissional, como prova a história. O refrigerante mais vendido do mundo, a Coca-Cola, foi criado pelo farmacêutico norte-americano John Pemberton. Inicialmente um xarope com função medicinal, a bebida caiu no gosto do público e se tornou um gigantesco sucesso comercial.

Com o brasileiríssimo Guaraná Jesus não foi diferente. Refrigerante de grande sucesso no Nordeste do Brasil, é criação do farmacêutico Jesus Norberto Gomes. Outro farmacêutico famoso que se dedicou ao desenvolvimento de alimentos foi Henri Nestlé, que em 1886 criou a farinha láctea (composta de leite de vaca, farinha de trigo e açúcar), alimento eficaz no combate à mortalidade infantil na Europa.

O primeiro curso de farmácia no Brasil foi criado em 1832, época em que a profissão era exercida por “boticários”, conhecedores dos poderes curativos das plantas e outras substâncias. Levaria um século até que a profissão fosse oficialmente reconhecida no país, em 1931, quando o diploma passou a ser exigido para seu exercício. Quem deseja atuar nesta área deve ter um gosto especial pelas disciplinas de química e biologia, essenciais para que se compreenda bem a ação dos medicamentos dentro do corpo humano.

De acordo com a tutora do curso de Farmácia da Uninter, Patrícia Rondon Gallina, até o século 19 não existia divisão entre a medicina e a farmácia. O mesmo profissional era responsável pelo diagnóstico do paciente e pelo desenvolvimento da fórmula do medicamento. A divisão concedeu um salto expressivo para a profissão, que hoje conta com 136 especialidades, entre elas farmácia de dispensação, fabricação de alimentos, produção de medicamentos e análises clínicas.

“A maior responsabilidade e conquista dos farmacêuticos é justamente no desenvolvimento dos novos medicamentos. Atualmente, é difícil pensar o mundo sem um medicamento para febre, dor de cabeça, desde as coisas mais básicas até os tratamentos mais complexos, como é o caso da pandemia, ou então tratamentos para câncer, entre outros”, explica a docente.

“Dentro de todas as possibilidades que nós temos, o farmacêutico é o profissional do medicamento, responsável pelo desenvolvimento e crescimento da indústria, desde os pequenos detalhes no laboratório, até o momento de dispensação, atenção e pós-venda (farmacovigilância e farmacoepidemiologia). É uma grande conquista para toda a humanidade”, complementa Patrícia.

Segundo levantamento de 2019 do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), o Brasil possui atualmente o sétimo maior mercado farmacêutico do mundo, um setor que movimenta anualmente no país cerca de R$ 70 bilhões. Em 2018, foram registrados mais de 96 mil empregos formais em 249 laboratórios farmacêuticos regularizados.

O coordenador do curso de Farmácia da Uninter, Vinícius Bednarczuk de Oliveira, farmacêutico e doutor na área de química de produtos naturais, afirma que por mais que o profissional da área possa exercer diversas atividades dentro da indústria, o grande foco da formação acadêmica do farmacêutico é o conhecimento sobre medicamentos. “Se a gente pegar qualquer caixa de remédio, vai ter um responsável técnico, o profissional que atua na pesquisa, que está lá na indústria farmacêutica, na dispensação, sempre vai ser o farmacêutico”, diz.

“Se a gente tem uma alta empregabilidade na profissão, isso se deve à farmácia de dispensação. Porém, tem gente que vai pra farmácia estética, análises clínicas, indústria. O estudante pode identificar dentro do curso qual área lhe agrada mais, para se desenvolver naquilo. Todo dia a gente tem atualizações de diretrizes, legislações, que precisamos seguir e acompanhar para ser um profissional qualificado”, explica.

No dia 20 de janeiro comemora-se o dia nacional do farmacêutico. A escolha da data ocorreu devido à fundação da Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF), no início do século 20. Em comemoração, no último dia 18.jan.2022, Vinícius e Patrícia participaram de uma transmissão ao vivo no programa Sua Saúde da Rádio Uninter, em que falaram sobre a atuação profissional do farmacêutico. Você pode assistir à transmissão do encontro clicando aqui. O programa já conta com 90 episódios em formato de podcast, disponíveis no site da Rádio Uninter (clique aqui para ouvir outras edições).

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Autor: Evandro Tosin – Assistente de Comunicação Acadêmica
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Michal Jarmoluk/Pixabay


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