A “medicina moderna” do Google e seus riscos para a saúde pública
Autor: Daniela Mascarenhos - Estagiária de JornalismoOs avanços tecnológicos facilitaram imensamente nosso acesso à informação. Com isso, nos tornamos consumidores vorazes de resultados rápidos, inclusive quando o assunto é saúde. Por que procurar um profissional se podemos saber tudo fazendo uma pesquisa rápida na internet?
A disseminação das famosas “curas milagrosas” é, em grande medida, consequência dessa pressa, e tem preocupado os profissionais da área da saúde. Embora hoje existam inúmeras alternativas para um mesmo tratamento, é importante lembrar que cada organismo é único, e que receitas milagrosas existem apenas nos contos de fadas.
“São situações bastante perigosas para a população”, comenta o professor Alessandro Castanha, docente da pós-graduação em Metodologia do Ensino da Anatomia Humana e Fisiologia do Exercício, a respeito da falta de responsabilidade das pessoas que divulgam estas informações na internet. Para ele, a preguiça de checar a veracidade antes de compartilhar uma informação “é um perigo para a saúde pública”.
Mesmo que o Google seja um fonte de informações sobre doenças e tratamentos que devem ser procurados, ele indica o caminho, mas nunca o diagnóstico. Afinal, muitas doenças possuem os mesmos sintomas iniciais. “O Google aceita tudo. Ao invés de disseminar a informação, o correto é procurar um profissional com formação adequada”, complementa o professor Benisio Ferreira, do curso de Biomedicina na Uninter.
Para Alessandro, “nenhum profissional é dono da verdade” e não existe problema algum em procurar mais de uma opinião. Desde que se busque pessoas qualificadas no assunto. Ele reafirma que independente de alguém muito próximo de você ter tido os mesmos sintomas, isso não garante que vocês tenham a mesma doença. “A visão do médico sempre é importante”, afirma.
“A intenção de ajudar deve vir acompanhada da sugestão da busca por um tratamento correto”, reforça Benisio. Segundo o professor, antes mesmo da internet já existiam os casos de recomendação de remédios caseiros entre parentes e amigos, que se baseavam numa análise superficial dos sintomas. Esse hábito, que traz grandes riscos à saúde, ganhou uma dimensão muito maior com o acesso à internet.
Benisio considera que o Google é, sim, uma ferramenta importante de buscas, mas não com fins medicinais. Afinal, “todos podem falar e escrever na internet, mas nem tudo que é publicado está necessariamente certo”, conclui o professor.
O tema Saúde na Era da Internet foi abordado durante a 2ª Maratona Ecos do Brasil: Biodiversidade, a vida em ação, realizada pela Escola de Saúde, Biociência, Meio Ambiente e Humanidades da Uninter. Para assistir à transmissão completa, clique aqui.
Autor: Daniela Mascarenhos - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Reprodução
Eu normalmente não reclamo de erros de ortografia, mas esse ficou feio: está escrito “grandes risos à saúde” ao invés de “grandes riscos à saúde”.
Obrigado pela atenta observação. Corrigido.