Está na hora de programar sua próxima viagem ao exterior
Autor: Joni Tadeu Borges*Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e uma linha de contaminação decrescente, muitos países estão permitindo a entrada de brasileiros vacinados. É o caso dos Estados Unidos e alguns países da Europa que, dependendo do tipo de vacina, o trânsito de pessoas estrangeiras está permitido.
Agora, se você e sua família estão pretendo passar as férias de dezembro ou janeiro de 2022 no exterior, já está na hora de programar os gastos e o quanto de moeda estrangeira providenciar. Levar dinheiro em espécie, gastar no cartão pré-pago, débito ou crédito e onde comprar, são algumas dúvidas pertinentes para quem vai ao exterior.
A compra da moeda estrangeira em espécie, ou carregar o cartão pré-pago (travel card), pode ser feita nos bancos ou casas de câmbio autorizados pelo Banco Central. Para a utilização do cartão de débito ou crédito no exterior, é necessário que esses estejam habilitados para o uso internacional.
O Banco Central permite que as instituições financeiras autorizadas a operar com câmbio, negociem a compra e venda de moeda estrangeira com a única finalidade de viagem, ou seja, comprar ou vender para pessoas que vão ou vem do exterior. Isso ocorre no mercado de câmbio manual, também conhecido como câmbio turismo.
Neste mercado, taxa de câmbio (câmbio turismo) é diferente da taxa de câmbio utilizada nas operações comerciais de exportação e importação, e o seu preço pode ser diferente de uma instituição para outra. O valor da taxa de câmbio turismo, também varia de acordo com a lei da oferta e procura e demais influências do mercado, como: fatores econômicos, políticos interno e externo.
Ao usar a moeda estrangeira em uma viagem, é preciso saber que há outros custos além do valor da taxa de câmbio.
Sobre o valor em reais equivalentes a compra da moeda estrangeira em espécie, o carregamento do cartão pré-pago, ou o uso do cartão de débito ou crédito no exterior, incide o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Por exemplo, se você comprar em espécie U$ 1.000,00 a uma taxa de câmbio de R$ 5,35, pagaria R$ 5.350,00 e mais R$ 58,85 (1,10%) de IOF. Agora, se você carregar U$ 1.000,00 no cartão pré-pago ou gastar o mesmo valor no cartão de débito ou crédito internacional, considerando a mesma taxa de câmbio de R$ 5,35, o IOF seria de R$ 341,33 (6,38%). Nas duas situações, o custo final da taxa de câmbio ficaria R$ 5,41 e R$ 5,69 respectivamente.
Vamos considerar que, hoje o valor da taxa de câmbio para comprar de U$ 1,00 esteja em R$ 5,35, considerando as condições de mercador. Daqui um mês poderia estar R$ 5,60, dois meses a R$ 5,30 e assim por diante.
Então, o que fazer? Qual é o melhor momento para comprar a moeda estrangeira? Não há uma regra, mas considero que comprar um pouco a cada mês até a data da viagem seria uma ótima alternativa. Veja, se você precisa comprar U$ 1.000,00 e vai viajar daqui a quatro meses, comprando U$ 250,00 por mês, é possível fazer uma média e não correr o risco de comprar tudo na última hora e pagar muito mais caro.
Outro detalhe muito importante: não há limitação de valor para levar ao exterior. No entanto, se o valor de moeda estrangeira ou reais ultrapassar o limite de R$ 10.000,00, o viajante deve declarar à Receita Federal ao sair do território nacional.
Pesquisar o preço da taxa de câmbio, saber que há imposto e possíveis tarifas na compra da moeda estrangeira, ou na utilização do cartão de débito ou crédito internacional antes de viajar ao exterior, é uma tarefa que não deve ser desconsiderada pelo viajante.
No demais, é aproveitar máximo a viagem.
* Joni Tadeu Borges, especialista em Administração de Empresas – Comércio Exterior, com MBA em Finanças Corporativas e Gestão de Riscos e três livros publicados. É professor de cursos de graduação e pós-graduação nas disciplinas de Comércio Exterior da Uninter.
Autor: Joni Tadeu Borges*Créditos do Fotógrafo: Alessandro Squassoni/Pixabay