Jornalistas explicam suas estratégias de pesquisa e combate às fake news

Autor: Poliana Almeida – Estagiária de Jornalismo

As notícias falsas, ou fake news, se prestam a diversos propósitos. Elas servem, por exemplo, para aumentar o índice de acesso de um site e faturar com publicidade digital, ou, ainda mais grave, são usadas para espalhar mentiras, vender uma ideologia e disseminar o ódio. Não se trata de um erro, portanto, é uma fraude intencional com uma intenção bem definida.

As notícias falsas se espalham 70% mais rápido e chegam a muito mais pessoas do que as notícias verdadeiras, segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos, e publicada em março na revista Science. Trata-se de um grave problema social, afirma a professora do curso de Jornalismo da Uninter Mônica Fort.

“Desinformação é a produção, distribuição e a propagação de conteúdos inverídicos, enganosos, por meio de técnicas de comunicação e informação que induzem a erro ou dão falsa imagem da realidade. Sendo assim, entendemos que se trata de um sério problema social, pois há pessoas que se convencem de determinados assuntos e tomam decisões equivocadas”, explica Mônica.

Para melhor estudar o fenômeno das notícias falsas, seus efeitos e estratégias usadas para combatê-las, o curso de Jornalismo fundiu em março de 2021 dois dos seus cursos de extensão. Um deles é coordenado por Mônica Fort, intitulado “Fake News e a amplificação do medo – estudo de instabilidades sociais a partir da proliferação de notícias falsas”; o outro está sob o comando da também professora Karine Moura Vieira, chamado “Inovação e empreendedorismo dos cursos de jornalismo no Brasil e em Portugal”.

A mescla resultou em um projeto ainda maior, chamado APuraVerdade, o qual ainda está no começo, mas já apresenta resultados. “Em março desse ano, a gente fez a seleção conjunta e dividimos: entraram 10 alunos para cada um dos grupos. Os alunos são de diferentes partes do país: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Amazonas… E aí, a partir disso, começamos a trabalhar”, destaca Karine.

Visando mesclar a pesquisa acadêmica com a prática jornalística, entendeu-se que o formato em podcast seria o ideal para a distribuição desse conteúdo. Nesse sentido, buscou-se a criação de um programa de entrevistas com jornalistas e pesquisadores que atuam no enfrentamento à desinformação.

“O APuraVerdade é um projeto que tem como objetivo dialogar sobre as práticas desenvolvidas e compreender o contexto atual do jornalismo, além de realizar coleta de dados sobre desinformação para estudos do grupo”, pontua Karine.

Vale ressaltar que o roteiro, as entrevistas, a edição do material, bem como a alimentação das redes sociais do projeto, são tarefas desempenhadas pelos alunos – tanto bolsistas, quanto voluntários – sob a supervisão das professoras. Até o momento foram realizadas três entrevistas, já disponíveis no canal do YouTube.

“A desinformação não é de hoje. A questão que a gente tem é o avanço muito grande com a distribuição nas plataformas. É uma onda desinformativa, é um volume muito grande de conteúdo. A ideia é pensar mesmo na educação da sociedade, do jornalista e do futuro jornalista”, finaliza a docente.

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Autor: Poliana Almeida – Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Colin Behrens/Pixabay


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