A tecnologia social como instrumento de inclusão

Autor: Milena Souza - Estagiária de Jornalismo

Pensar a tecnologia como uma ferramenta para incluir as pessoas e melhorar o mundo ao nosso redor. Essa é a missão da “tecnologia social”, termo criado para definir o desenvolvimento tecnológico voltado para a solução de problemas das sociedades.

Esse foi o tema  do programa Fala Prof, promovido pelo curso de Serviço Social e exibido pela Rádio Uninter. O bate-papo foi mediado pelas professoras Talita Cabral e Relly Amaral, que receberam a pesquisadora Lourença Santiago. No programa, elas buscaram explicar o que é a tecnologia social e como ela pode transformar a sociedade.

Lourença explica que “o conceito foi construído  pelos movimentos sociais, cooperativas populares, organizações não governamentais, unidades públicas de investigação e desenvolvimento.” A tecnologia social foi pensada para trazer soluções para os problemas sociais, ela teve início  no Brasil no ano de 2000 e surge a partir de uma reflexão crítica das tecnologias convencionais: ‘Por que as pessoas não conseguem pensar tecnologia além dos softwares que temos hoje?’”, comenta.

A pesquisadora faz uma comparação com outras tecnologias existentes: “As tecnologias convencionais são usadas como instrumento de poder e geração de lucro”. A tecnologia social se diferencia delas por não ter como foco o poder e o lucro, pois ela é voltada para a inclusão social e com ênfase em atender segmentos específicos da sociedade. Portanto, é preciso entender como ela age em cada meio: “Precisamos criar uma tecnologia  que busca atender pessoas que não têm acesso aos tipos de tecnologia convencionais, é preciso entender qual a realidade da comunidade que irá produzir sua própria tecnologia e para qual objetivo ela está sendo criada”, explica.

Entre as características que definem a tecnologia social, podemos citar: tem foco na inclusão social, é desenvolvida com a participação ativa dos trabalhadores que irão utilizá-la, é orientada para a geração de trabalho e renda mediante a produção, tem um baixo investimento, não causa impactos ambientais e incorpora com criatividade  a sustentabilidade ambiental e econômica.

Lourença ainda aponta algumas ações realizadas pela tecnologia social que deram certo em vários lugares. “A criação de cisternas, em que as próprias comunidades as construíram, o que também gerou uma fonte de renda; outra medida é  o plantio em consórcio, em que pum agricultor pode plantar junto com outras pessoas sem que um atrapalhe o plantio do outro”, comenta.

Para concluir, Lourença reforça que o aspecto central da tecnologia social é o ser humano: “É preciso gostar de gente, envolver as pessoas que irão usar e se beneficiar da tecnologia. E acima de tudo que a tecnologia possa resolver o problema daquela comunidade, esse é o principal foco da tecnologia social”.

Ao final, Relly lembrou que a Uninter oferece um curso de pós-graduação de Gestão da Tecnologia Social, focado exclusivamente nessa temática.

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Autor: Milena Souza - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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