Quando a comida chega antes ao cérebro do que ao estômago
Autor: Maurício Geronasso - Estagiário de JornalismoQuem não tem na memória um cheiro ou gosto que desperta uma onda de sensações prazerosas? O olfato e o paladar registram lembranças que nos trazem sensações nostálgicas, de uma época ou até mesmo de um local distante.
Para falar da relação entre memória, comida e afeto, a última edição do programa Rota – Viagens e Serviços, transmitida no dia 13.mai.2021, abordou o tema Comida Afetiva. A transmissão, feita pela Rádio Uninter, contou com a presença das professoras Flávia Fernandes, Grazielle Ueno e Karen Sturzenegger. Elas falaram sobre a “afetividade que envolve as tradições familiares”, como explica Grazielle.
A ideia de gastronomia afetiva, também chamada de comfort food, não está limitada a tendências gastronômicas. Ela associa o prazer da alimentação a lembranças, geralmente remetidas à infância, à casa dos avós, numa riqueza de sensações que as receitas que encontramos na internet não são capazes de reproduzir. Como disse o escritor moçambicano Mia Couto, “cozinhar é um modo de amar os outros”.
Karen explica que nos famosos caderninhos de receitas da vovó encontrou-se um mercado farto e lucrativo para diversos restaurantes, que passaram a adotar a estratégia de trazer de volta essas sensações da comida da infância, valorizando as relações humanas que estão por trás de muitos pratos.
No cinema, temos um exemplo clássico, que é mostrado na animação “Ratatouille”: quando o crítico gastronômico Anton Ego experimenta o ratatouille (refogado de vegetais, prato tradicional na França), e naquele momento sente como se estivesse recebendo o abraço de amor de sua mãe.
Mas não foi só do lado romântico e amoroso da comida que o programa tratou. As professoras lembraram também que milhares de pessoas atualmente passam por imensa dificuldade para alimentar suas famílias. Graziella lembra que muitos estão com as mesas vazias e dependem dos projetos sociais para se alimentar e contar com um mínimo de dignidade.
Vários são os projetos espalhados pelo país que dão auxilio aos mais vulneráveis, como o Projeto Luz, além de iniciativas da própria Uninter, que desde 2008 participa ativamente das campanhas do Instituto IBGPEX, atuando em prol do compromisso social. Neste momento, é preciso que todos nós, que temos condições de prover uma boa alimentação para nossas famílias, possamos também contribuir para quem passa por necessidade, destacam as apresentadoras.
Assista ao programa completo clicando aqui.
Autor: Maurício Geronasso - Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: August de Richelieu/Pexels