A escola pode ser um espaço para quebrar preconceitos
Autor: Ananda Oliveira - Estagiária de JornalismoDiscutir gênero e sexualidade nas escolas é um assunto polêmico e que divide opiniões. Alguns países já incluíram o tema nas salas de aula, enquanto outros seguem debatendo calorosamente. O grande objetivo de quem defende essa abordagem é combater o preconceito de gênero no meio escolar, reconhecendo o fato de que milhares de pessoas ainda sofrem violência e têm suas vidas dificultadas por não se encaixarem na definição binária de gênero.
Esse é o tema abordado no artigo Gênero e sexualidade na escola: caminhos para uma educação libertadora, de autoria do pedagogo e psicólogo Guilherme Carpes Motta. Nele, o autor defende a necessidade urgente de se abordar esse assunto nas escolas. O artigo está publicado na última edição da revista Humanidades em Perspectivas, uma das sete publicações científicas da Uninter.
Ao longo do texto, o autor cita diversas vezes o educador e filósofo brasileiro Paulo Freire, que defendia uma educação libertadora. “Os homens, nessa visão, ao receberem o mundo que neles entram, já são seres passivos, cabe à educação apassivá-los ainda mais e adaptá-los ao mundo”, cita Guilherme.
Diversos movimentos lutam por uma educação mais liberal e defendem que a escola exerça papel importante nesta luta, pois é nela que são construídos os saberes da criança e, portanto, ela é um espaço fundamental para construir uma sociedade menos machista e com mais respeito. É importante ressaltar que para que a escola possa cumprir seu papel de ensinar para o respeito à diversidade, os educadores devem receber a formação apropriada. É preciso conhecer o assunto para que ele seja ensinado corretamente.
A questão de gênero entrou em pauta recentemente durante a discussão dos planos nacionais, estaduais e municipais de educação. Porém, a frente conservadora criou campanhas preconceituosas sobre o assunto e, após grande polêmica, a proposta foi retirada dos textos finais aprovados em diversos municípios.
O Brasil é um dos países que mais mata a população LGBTQIA+ no mundo. Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, a cada 23 horas um homossexual é assassinado no país. Aprender a respeitar e entender as escolhas dos outros, desde pequeno, vai ajudar a diminuir esses números e transformar o mundo em um lugar melhor para todos.
Guilherme defende que não será possível uma educação libertadora enquanto houver opressão dentro das escolas. Como o preconceito quanto a questões de gênero e sexualidade ainda é muito forte em nossa sociedade, cabe à escola assumir seu papel para transformar essa realidade.
Autor: Ananda Oliveira - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro