Maratona de Saúde discute a pesquisa farmacêutica
Autor: Poliana Almeida - Estagiária de JornalismoA pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos são áreas essenciais para o combate às doenças e para o aumento da expectativa de vida das pessoas. A 2ª Maratona de Saúde da Uninter abordou o tema na live Tecnologias em saúde: desenvolvimento de novos fármacos, numa conversa entre o professor Vinícius Bednarczuk de Oliveira, coordenador do curso de Farmácia da Uninter, e a farmacêutica Patrícia Rondon Gallina.
Os profissionais começaram com a definição de fármaco. Basicamente, ele é um medicamento que, por sua vez, precisa ter um Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). Este elemento é conhecido pela comunidade médica como princípio ativo, e também é usado para a produção de vacinas.
O coordenador falou sobre como está sendo o processo de produção da vacina contra o coronavírus. Segundo o docente, a produção de um medicamento, desde a análise das moléculas até chegar na farmácia para compra, leva em torno de 10 a 15 anos. “E a vacina, historicamente, leva de 6 a 7 anos para ser finalizada”, ressalta.
Entretanto, a urgência por um imunizante de qualidade fez com que pesquisadores acelerassem esse processo e fizessem todos os trâmites em menos de dois anos. “A vacina contribui e muito para bater de frente com o vírus. Tem bastante conhecimento sobre a vacina para produzir essa resposta que a gente espera. E, dentro dos medicamentos biológicos, a vacina é conhecida como imunobiológico, pois cria uma imunidade específica de determinado antígeno”, explica.
Patrícia complementa que a produção de respostas imunológicas sobre algum vírus ou doença usa as mesmas tecnologias de sempre, mas que acabaram ficando em alta neste momento. Vinicius reforça o argumento, lembrando que “as vacinas estão sendo desenvolvidas com tecnologias criadas no passado, e quantas doenças já foram erradicas desse modo?”.
Os palestrantes entendem que a pandemia teve efeitos positivos para a ciência. Um exemplo foi a união mundial em busca de uma alternativa segura para combater a Covid-19. Em contrapartida, Vinícius projeta que, quando tudo isso passar, a maior preocupação será com bactérias que se tornarão mais resistentes. “A próxima missão é ter essa união entre empresas e países para que possa ser desenvolvida uma nova série de antibióticos para combater essa resistência bacteriana. Podemos ter um problema no futuro relacionado a superbactérias. Precisamos cuidar desse futuro também”, adverte.
Mas, afinal, a vacina é segura?
Como vimos, o mundo conseguiu desenvolver imunizantes em tempo recorde na tentativa de trazer a vida ao normal o mais rápido possível. Mas será que com tão pouco tempo de pesquisa e testes a vacina dará conta de diminuir os impactos da pandemia?
O professor garante que a vacina é segura. “A vacina, sim, é segura e eficaz. Se isso vai trazer efeitos secundários no futuro? Eu acho que não, porque já temos respostas do passado que trazem essa segurança para o futuro. Se ela trouxer algum efeito será a curto prazo”.
Patrícia dá o exemplo da vacina contra a H1N1, um vírus que também já passou pelo Brasil, mas logo foi controlado. “É o que chamamos de risco-benefício. O ganho é muito maior em tomar a vacina do que contrair a doença”, exemplifica.
O coordenador comentou o caso de trombose que algumas pessoas estão relatando ao tomar a vacina contra o coronavírus. “Quem sabe se essas pessoas que tiveram trombose já não eram pré-dispostas a isso. O benefício maior, nesse momento, é a vacinação em massa”.
Vinícius finaliza dizendo que para sairmos dessa situação precisamos de uma tríade de responsabilidades, “indústria farmacêutica, população e governantes”. O professor e a farmacêutica concordam que se cada um fizer sua parte a pandemia vai acabar em pouco tempo.
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Autor: Poliana Almeida - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Gerd Altmann/Pixabay