Cônsul aborda representatividade feminina na diplomacia nos EUA
Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de JornalismoA carreira diplomática exerce fascínio em jovens do mundo inteiro, motivados pelo desejo de conhecer o mundo e atuar na linha de frente das relações internacionais. No Brasil, o ingresso nesta carreira exige nível superior e se dá por meio do concurso do Instituto Rio Branco, órgão responsável pela formação de quadros diplomáticos no país.
Nos Estados Unidos não existe uma exigência específica de escolaridade, mas também há um rigoroso processo seletivo, com provas orais, escritas, testes de aptidão, exames de segurança médica, dentre outros. Qualquer cidadão entre 20 e 59 anos de idade pode participar do processo.
Para falar sobre a carreira diplomática nos EUA e a representatividade feminina, o curso de Relações Internacionais (RI) da Uninter realizou no último dia 03.08.2020 uma live em inglês intitulada Diplomatic career in The USA and women´s representativity (A carreira diplomática nos Estados Unidos e a Representatividade Feminina).
O evento, transmitido pelo canal do Youtube da Escola Superior de Gestão Pública, Política, Jurídica e Segurança da Uninter, contou com a presença de uma convidada especial, a cônsul geral dos Estados Unidos no Canadá, Melanie Zimmerman, e contou com mediação da coordenadora de RI, Caroline Cordeiro, e da professora Thereza Cristina.
Zimmerman deu início ao bate-papo relembrando os primeiros passos em sua trajetória, desde um estágio na diplomacia em Paris até viagens para diversos locais do mundo. A palestrante explicou a definição da função de diplomata, que nada mais é que uma pessoa nomeada por seu governo nacional para conduzir negociações oficiais, assim como mediar relações políticas, econômicas e sociais com outros países.
Ela lembrou de um dos mais importantes diplomatas da história, Benjamin Franklin, que foi enviado à França para negociar em nome dos Estados Unidos, onde obteve grande ajuda do governo francês no processo de declaração da independência de seu país. A diplomacia é, portanto, uma “alternativa para a guerra, onde se negocia em prol da paz entre as nações”.
Representatividade feminina
Um dos aspectos que vem ganhando mais atenção nos últimos anos é a crescente participação das mulheres no campo diplomático. Trata-se de uma conquista recente, pois até o início do século passado a diplomacia era um campo restrito aos homens em praticamente todo o mundo.
Zimmerman falou sobre como é “ser mulher” e estar atuando nessa área. A cônsul explica que se considera uma liberal e defende o ideal de que homens e mulheres tenham as mesmas oportunidades. Para isso deve haver um sistema justo para que realmente possam competir no mercado de igual para igual.
E quanto às mulheres na história do mundo e na diplomacia, ela declara: “As mulheres têm estado envolvidas na diplomacia já há algum tempo, direta ou indiretamente, mas existe um teto de vidro, que oprime essas mulheres e as diz que não podem estar em determinado cargo ou ocupar posições de alto escalão, mas isso é ultrapassado quando vemos mulheres sobrevivendo e atuando mesmo assim”, explica.
Zimmerman lembra ainda que antes de poderem fazer parte do corpo diplomático, as mulheres ocuparam posições de apoio na diplomacia como esposas de diplomatas, o que lhes possibilitou exercer influência e atuar como peças-chave para a formalização de tratados importantes. Entretanto, nos dias de hoje, mesmo com todas as conquistas, ainda há uma pequena porcentagem de diplomatas mulheres ao redor do mundo, cerca de 15%, o que indica que ainda há um longo caminho em busca da igualdade.
Confira o conteúdo da live na íntegra pelo Youtube ou pelo Facebook.
Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro