Estágio supervisionado para licenciaturas ganha novos modelos de atuação durante a pandemia
Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de JornalismoO estágio supervisionado é a oportunidade que o aluno tem de colocar em ação toda a teoria aprendida dentro da sala de aula. É o espaço que ele possui para adquirir as primeiras experiências, aprendendo sobre a prática profissional e o mercado de trabalho.
Esse cenário ganhou uma nova configuração em 2020, desde que começou a pandemia do novo coronavírus. As instituições de ensino tiveram de se reinventar na forma de ensinar, ao mesmo tempo em que as empresas precisaram se adaptar a novos modelos de trabalho, muitos realizados remotamente. Diante disto, o Ministério da Educação divulgou documentos que autoriza a substituição de aulas presenciais por aulas remotas e também a realização do estágio supervisionado em modelo híbrido, através da portaria nº 544 de 16.jun.2020.
Segundo a professora Dinamara Machado, diretora da Escola Superior de Educação (ESE) da Uninter, este formato híbrido “serve para cidades que não têm problema de isolamento social, em que as escolas já estão voltando, e serve para cidades que estão com ensino remoto. Também é híbrido, porque ele dá uma nova possibilidade ao estudante”.
Dentro da proposta, os alunos que estão em fase de realização do estágio podem escolher entre três modelos: projeto de extensão, projeto de iniciação científica ou estágio regular, seja ele presencial ou de maneira remota, inclusive através de aplicativos de celular como o WhatsApp. O objetivo é que o aluno não perca este tempo de estudo e possa aprender e realizar as atividades mesmo no período de pandemia.
Assim como em qualquer mudança, o momento necessita de uma readequação em como as práticas são realizadas. Com o avanço da tecnologia, as plataformas digitais colaboram com isso, mas nem todos possuem facilidade de trabalhar com esses meios e muitas pessoas são resistentes a embarcar neste mundo virtual.
“É um momento que até nós que somos do [ensino a distância] EAD estamos aprendendo a lidar com o improviso. Os alunos agora estão vivendo e aprendendo a partir das atividades práticas, a fazer esse enfrentamento, que muitas vezes traz medo e insegurança. Os alunos têm que ver esse momento como uma oportunidade de aprendizagem”, afirma Dinamara.
“A gente precisa entender que dentro de uma crise, nós precisamos criar, nós temos que nos movimentar”, diz a professora Cristiane Benvenutti, do núcleo de práticas da ESE. Ela completa ressaltando que quem decidir parar nesse momento terá desvantagem em relação àqueles que continuam em processo de aprendizagem e desenvolvendo seus trabalhos, adaptando suas rotinas e criando novos modelos.
Dinamara relembra o início da pandemia, quando houve falta de máscaras, peça fundamental para o controle da disseminação do vírus. Diante da situação, as pessoas começaram a produzir seus próprios acessórios em casa, com retalhos de tecidos, deixando os equipamentos especiais para uso dos profissionais da saúde. Isso também colaborou na demanda de costureiras que se viram sem uma renda neste momento de crise e começaram um novo negócio com a venda desses itens. “Aproveitem esse momento com um olhar observador, peguem essa crise que nós temos ali fora, transformem e criem”, salienta.
Muitos alunos decidem pausar o aprendizado neste período, deixando para realizar as atividades práticas do estágio quando a pandemia estiver normalizada e os trabalhos voltarem ao normal. Dinamara chama a atenção para isso afirmando que uma das questões do profissional do século 21 é que ele precisa ter conhecimento e habilidade, mas também precisa ter atitude. A profissional ainda ressalta que os alunos não poderão usar a pandemia como justificativa para a não realização das atividades.
“Uma coisa que tem que ficar muito clara para os alunos: você não vai se formar se você não tiver atividade prática, se você não fizer o estágio supervisionado. Primeiro [porque] o Ministério da Educação deu uma perspectiva legal sobre isso e a instituição de ensino mostrou várias possibilidades para você fazer”, assegura.
Dinamara e Cristiane abordaram o assunto em uma live especial promovida pelo polo de Alfenas (MG) da Uninter, com o tema Estágio durante a pandemia e TCC com excelência. As professoras debateram sobre os tópicos e sanaram dúvidas dos alunos da ESE sobre ideias e modelos de estágio que podem ser colocados em prática, junto com a professora Simone Prestes, que também atua na ESE, e a orientadora educacional do polo de Alfenas, Elizângela Rodrigues.
A transmissão foi realizada através do canal do Youtube do polo de Alfenas e continua disponível aos interessados. Siga a página do Facebook da ESE e acompanhe os próximos debates ao vivo.
Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Steve Riot/Pixabay e reprodução do Facebook