Live une Curitiba e Porto Alegre para discutir a educação em tempos de pandemia

Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo

Uma live transmitida pelo YouTube da Escola Superior de Educação (ESE) da Uninter uniu educadores de Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS) no último dia 19.mai.2020. A conversa aconteceu em dois blocos de pouco mais de 40 minutos cada e o tema foi “Educação e Pandemia: Reflexões sobre o presente, inquietações para o futuro”.

A primeira parte do debate, conduzida pelas orientadoras educacionais Elisane Pinheiro (Escola de Negócios) e Bethânia Zitzke (Escola de Educação), dos polos de São Sebastião e Ipanema na capital gaúcha, contou com a professora Dinamara Machado, diretora da ESE, e com os professores Elton Schneider, diretor da Escola Superior de Negócios, Cícero Bezerra, coordenador da área de Humanidades, e Marcos Ruiz, coordenador das áreas de Linguagem Cultural e Corporal.

Segundo Bethânia, a ideia da transmissão nasceu dos diálogos que os profissionais estabeleceram com os estudantes, a partir das percepções que têm tido do que os alunos vêm sentindo nesse período de isolamento social. “Nas últimas semanas, nós temos observado que as lives e outras ações convergem para a discussão deste tempo de pandemia, e quem diria que essa palavra faria morada nas nossas vidas, ainda mais com o seu sentido literal”, disse a professora.

Já no início da transmissão, antes mesmo de abordar os primeiros tópicos do bate-papo, Dinamara Machado enfatizou a importância de se voltar para o ser humano, independente da época que se vive e dos problemas encontrados no caminho que se percorre. A professora, que recentemente participou da coletânea Educação em tempos de Covid-19: Reflexões e narrativas de pais e professores em conjunto com outros 32 autores, diz que há outras questões e escolhas que normalmente já interferem na vida das pessoas.

“Antes de falar de pandemia ou qualquer coisa, nós temos sempre que falar do essencial que é o ser humano. Nós somos seres humanos e esse é o grande elemento central de qualquer discussão, com pandemia ou sem pandemia. E dizer que nós, apesar de tudo, em alguns momentos precisamos colocar a ‘capa’ que aquele momento pede, mas sofremos muito com todas as questões. Não só da pandemia, mas com o próprio capitalismo, o neoliberalismo, as escolhas sociais que estão sendo feitas”, destaca Dinamara.

O professor Elton Schneider começou a conversa colocando em debate a questão do aumento da procura por ajuda espiritual com as dificuldades que a pandemia gera, citando o crescimento das pesquisas feitas pelo Google sobre conteúdos como os cultos online, por exemplo. Respondendo a essa questão, Cícero Bezerra apresenta dados que mostram que a maioria da população brasileira segue alguma religião. “Esse ambiente pandêmico gera uma série de incertezas. Consequentemente a pessoa busca alguma coisa para se segurar, precisa de alguma coisa para acalentar a sua alma, para fortalecer a sua psiquê, para melhorar a sua atitude”, comenta.

Essa mudança também fez parte da fala do professor Marcos Ruiz, que diz que o ser humano, mesmo quando não está preparado, precisa se adequar às condições que lhe são postas. Para o profissional, não há mais tempo para questionar se está preparado, e sim que se deve pensar em como será absorvido por este acontecimento que gera o processo transformador, pois “nós estamos avançando de alguma forma as estruturas do nosso estilo de vida, do nosso comportamento, e talvez levaríamos 20 anos ou mais para nos adequarmos a algumas questões”.

As perguntas dos estudantes que interagiam pelo chat no momento da transmissão também entraram em discussão pelos profissionais da área. O crescimento no número de alunos na educação a distância (EAD) nos últimos anos, o futuro da educação em todas as modalidades e ferramentas utilizadas para ensinar, o uso da EAD neste momento de pandemia, mesmo para alunos matriculados no presencial, foram alguns dos tópicos discutidos.

Criatividade em pauta

No segundo bloco, as professoras Cláudia Pereira (Educação Física) e Taiane Mapelli (Educação), dos polos Centro, São Sebastião e Ipanema, foram as mediadoras da conversa. Nesta última parte, entre outros assuntos, a criatividade entrou na pauta.

Os participantes debateram a utilização de meios tecnológicos no ensino, a crise da falta de concentração que afeta muitos estudantes que são submetidos a um imenso volume de informações recebidas a todo momento por vários canais, e ainda como será o retorno para a sala de aula com a tecnologia fazendo cada vez mais parte dos materiais, o que nem sempre é visto com bons olhos por alguns educadores.

Segundo o professor Marcos Ruiz, não se pode falar em uma ruptura, em que haverá uma vida a partir das interações na mídia e uma vida a partir de situações do contato físico, mas que haverá “o diálogo entre as mídias e a vida cotidiana do ser humano”.

“A grande dificuldade que a gente tem hoje é de dizer que mundo nós vamos encontrar lá na frente, como vai ser essa realidade. O detalhe é que aqueles que conseguem aprender mais rápido saem na frente e são capazes de crescer mais rápido, que é a terceira etapa. Vão crescer aqueles que souberem crescer com a crise, aqueles que souberem reinventar as suas atividades, os seus aprendizados, aqueles que olharem para todas as atividades que nós estamos passando como potencializadores de futuro”, conclui Elton Schneider.

O bate-papo completo pode ser assistido acessando o canal da Escola Superior de Educação da Uninter. Siga também a página do Facebook para ficar atualizado com os temas e datas das próximas transmissões, e acompanhar tudo em tempo real.

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Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Reprodução


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