Economia criativa é alternativa para vencer a crise causada pelo coronavírus

Em tempo de pandemia, reclusão e fechamento do comércio, uma grande preocupação é a situação da economia. As previsões indicam um forte impacto econômico como resultado do Covid-19, com queda na produção e na geração de riqueza. Como superar esse problema?

O momento em que vivemos pede uma alternativa para se reinventar e encontrar saídas para superar a crise financeira instalada pelo vírus. Então, por que não explorar novos caminhos? A saída pode estar em um conjunto de negócios que movimentou 2,64% do PIB total brasileiro em 2015 e, segundo projeção do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), deve crescer para 4,16% em 2021: a economia criativa.

Foi neste cenário que a Pós-graduação em Arquitetura da Uninter promoveu o evento Vem Saber Uninter: economia criativa como alternativa para vencer a crise, no dia 1º de abril.

Desta vez, as palestras interativas, que tradicionalmente são transmitidas dos estúdios da Uninter, foram adaptadas. Em função do isolamento social, o evento foi realizado por uma live com transmissão pelo Facebook, com cada participante em sua casa.

Através de um bate-papo carregado de informação e com direito a muitas interações e perguntas que chegavam pelo chat, feitas pelos mais de 1.100 participantes que acompanharam o evento ao vivo, a coordenadora Giselle Dziura e a professora Maricilia Volpato exploraram o tema da economia criativa.

“Neste momento em que estamos passando pelo impacto do Covid-19, que alguns denominam isolamento social, eu digo que podemos transformá-lo em convivência virtual. O conhecimento e o compartilhamento de ideias são fundamentais para que possamos construir juntos caminhos e soluções melhores para nós mesmos e para o mundo”, declara Gisele.

Mestre em inovação, Maricilia aproveitou o evento para partilhar com os alunos a experiência de seus quase 20 anos de mercado, propondo diversas reflexões. De acordo com ela, o coronavírus ainda é uma incógnita para a área da saúde, mas para a economia já é certo. “Ele nos fará repensar o modelo de produção e consumo que temos hoje”.

O conceito de economia criativa, que surgiu no final da década de 90 como alternativa encontrada pelo Reino Unido para sair da crise gerada pela desindustrialização do país, é apontado por Maricilia como uma saída para o momento que o mundo vive.

Este modelo se baseia no capital intelectual e cultural, trabalhando com o intangível. “Quando se trabalha com a criatividade, nada limita a gente, são infinitas as possibilidades”, explica Maricilia.

A professora deu diversas dicas para empreendedores fortalecerem seus negócios. Dentre elas, o olhar endógeno. “Precisamos ter uma visão interiorizada, valorizar o que temos como característica. Cada localidade tem uma identidade própria e o importante é tentar entender qual é essa identidade e como destacá-la para poder alavancar seu negócio”, comenta.

Ela destacou também a relação da economia criativa com a sustentabilidade e a educação ambiental. Analisando a melhora no meio ambiente em tempos de coronavírus e associando a diminuição da poluição ambiental com a redução da produção industrial, ela percebe este novo modelo de economia como uma saída ao modelo tradicional de extração-produção-consumo, até mesmo depois da pandemia.

“O conceito de economia tradicional entende os recursos como limitados, mas as necessidades como ilimitadas, o que é uma grande contradição. Porém, na economia criativa, dizemos que não existe recurso ilimitado, pois nosso recurso principal é a criatividade, por isso utilizamos menos recursos naturais”, explica.

Maricilia ainda faz uma reflexão sobre o consumo em tempo de isolamento. “Nosso hábito de consumo muda, não consumimos quase nada além de comida, livros, educação a distância, filmes e séries. Estamos em casa, mas sem deixar de consumir economia criativa”.

Por fim, Maricilia deixou mais um conselho aos que acompanharam a live: desenvolver a criatividade. “Somos criativos por natureza, alguns podem desenvolver mais ou menos do que os outros, mas todos buscamos soluções criativas para a resolução de problemas. Então, aproveite esse momento de paralisação para realizar atividades que exercitem esse lado e, quando voltar à rotina, estará com sua criatividade afiada”, conclui.

A Uninter tem usado a tecnologia para que os alunos não sejam prejudicados pelas medidas de isolamento. Além das aulas dos cursos presenciais e semipresenciais que estão sendo realizadas através de conferências online, os alunos ainda podem contar com diversos eventos como este.

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Autor: Bárbara Possiede - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal Giselle Dziura