Quem é você nas redes sociais?
Autor: Bárbara Possiede - Estagiária de JornalismoNo mundo de hoje são poucas as pessoas que ainda ignoram as redes sociais digitais. Seja para entretenimento, relacionamentos ou negócios, diversos são os motivos que fazem alguém se inscrever nesses sites e aplicativos.
As primeiras plataformas desse tipo, que surgiram no final da década de 1990, tinham como objetivo inicial conectar pessoas e compartilhar informações, mas acabaram se tornando muito mais do que isso. Desde a produção de conteúdos até a maneira de fazer negócios, hoje as redes sociais tomaram conta de diversos setores da vida em sociedade.
Em 2019, o Facebook, que lidera a lista de maiores redes sociais da internet, atingiu 2,41 bilhões de usuários. Engana-se quem pensa que apenas jovens estão conectados, as redes sociais não limitam idade ou profissão. Daí surge a questão: como ficam as relações profissionais na rede? Para os profissionais da educação, entra em campo uma nova dimensão da relação professor aluno.
Uma instituição de ensino, em conjunto com seus colaboradores, precisa adotar boas práticas na hora de mergulhar nesse mundo digital. Foi para ajudar no esclarecimento desse assunto que a jornalista especialista em comunicação estratégica Camilla Matta esteve no último dia 29 de janeiro no auditório da Uninter, no campus Tiradentes, em Curitiba (PR). Dinâmico e interativo, o bate-papo com os professores fez parte da Semana Acadêmica dos Docentes da instituição, realizada de 27 a 31 de janeiro.
Camila ressaltou a importância de pensar sempre em imagem e reputação. Para ela são valores que permeiam a vida de qualquer pessoa, pois tudo começa e termina com uma imagem e uma reputação. “A rede social é como uma grande vitrine. É algo que a gente usa para se promover, para expressar nossas opiniões e precisamos ter sempre em mente que é algo aberto e todo mundo tem contato com isso”, explica.
Outro ponto destacado foi a presença das marcas nas redes sociais. As empresas invadiram estes espaços e, seja no aspecto profissional ou pessoal, estamos ligados a elas também. Portanto, a relevância de nossas interações na rede é muito grande.
“Publicar em redes sociais é escrever na pedra”
Camila salientou o peso que as publicações têm. Segundo ela, tudo aquilo que foi publicado uma vez, por mais que possa ser editado ou apagado, já esteve em algum momento online e ficou marcado e armazenado em algum lugar.
Colocar uma ideia ou pensamento nas redes faz com que se perca o controle daquilo. Não há como saber quem viu ou quem salvou. Hoje, posts nas redes sociais e e-mails podem inclusive ser considerados evidências em processos legais. E como os vestígios gerados são indestrutíveis, a responsabilidade é cada vez maior.
“Curtir e compartilhar também é uma forma de se posicionar”
As relações de produção e consumo de conteúdo foram alteradas com a chegada das redes sociais. Se antigamente existia apenas um agente produtor de conteúdo, hoje isso se transformou: ao mesmo tempo em que um indivíduo é consumidor de conteúdo, ele pode também estar produzindo.
Para Matta, curtir, compartilhar ou marcar outras pessoas nas publicações também é produzir conteúdo. “Eu não preciso escrever uma mensagem para me expor, curtir posts com posicionamentos pode ser interpretado como sinal de concordância com o tema”, afirma.
Somos associados ao nosso trabalho
Camila esclareceu ainda que a cultura brasileira tem forte tendência a mesclar a vida pessoal com a vida profissional, e vai além: “em nossa sociedade, a profissão acaba se tornando título de referência. Estamos extremamente associados a isso, mesmo que o assunto não diga respeito ao trabalho”.
Por isso, antes de tomar alguma atitude nas redes sociais é crucial avaliar quais consequências serão geradas. “Isso pode ser chato, ou deixar a gente paranoico no início. Mas a ideia não é essa. As redes sociais são excelentes ferramentas que nós devemos usar tanto no lado pessoal ou profissional. Só precisamos ter cuidado”, afirma.
A jornalista encerrou sua fala declarando: “não existe um manual de como se comportar em redes sociais”. É preciso apenas uma breve reflexão de cada um sobre as implicações que se pode gerar para si mesmo e para outras pessoas com quem se relaciona na rede.
Autor: Bárbara Possiede - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Lucas Vasconcelos - Estagiário de Jornalismo