CARREIRA

O que fazer hoje, se o futuro já é amanhã?

No último dia 24 de junho, a NetFlix ultrapassou a Disney em valor de mercado e se tornou a maior empresa de mídia do mundo. A pioneira no mercado de streaming de vídeos passou a valer US$ 152,3 bilhões, enquanto o “império” Disney estacionou um pouco abaixo disso, em US$ 151,7 bilhões, conforme dados do Portal G1. Mas o que nós temos a ver com isso?

Sinal dos tempos, transformações dessa natureza modificam profundamente o mercado de trabalho, no qual estamos inseridos. Nas últimas duas décadas, o mundo viu grandes negócios fecharem as portas e pequenos escritórios se tornarem empresas bilionárias num piscar de olhos. E se hoje nada é igual ao que foi ontem, amanhã nada será igual ao que é hoje. Quem não estiver atento ao amanhã, ficará de fora de alguma coisa que lhe diz respeito.

Novas tecnologias nos surpreendem a cada ano, embaladas pela tecnologia disruptiva (produto ou serviço que altera radicalmente os padrões de mercado). Três casos para exemplificar isso: robôs que ligam para restaurantes e salões de beleza para fazer reservas (a nova aposta do Google), um milhão de vagas de gerente foram eliminadas na última década; a Kodak, uma das empresas mais inovadoras do século 20, foi rapidamente à falência após o surgimento da fotografia digital.

Antenada com as mudanças dos tempos, a Uninter realizou no dia 8 de outubro a Semana de Gestão, promovida pela Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios (ESGCN), no campus Divina, em Curitiba. Com o tema “Integração e Gestão”, o evento de três dias trouxe profissionais do mercado para discutir com os estudantes das áreas de comunicação e gestão assuntos ligados à inovação tecnológica e seus impactos no mercado de trabalho.

“Nós estamos vivendo um momento de grande transformação digital, as tecnologias impactando na vida das pessoas, nos negócios, no comportamento. Estão se fechando muitas portas, dizem que muitas profissões vão sumir. A gente procura fazer o contrário e mostrar que essa mesma tecnologia está abrindo outras portas”, explicou Elton Schneider, diretor da ESGCN.

Elton destacou ainda que 16 novos cursos serão criados em 2019 pela Uninter, sendo dez deles relacionados à área de tecnologia. Durante os encontros, também foram entregues certificados de honra ao mérito para alunos que se destacaram no último quadrimestre.

O que fazer amanhã?

Adeildo Nascimento, palestrante e consultor de desenvolvimento humano e organizacional, abordou como tema os profissionais do futuro. “A gente está vivendo um momento histórico, na economia e na sociedade, uma evolução tecnológica absurda. Quem vai se dar bem no futuro, em termos de profissão, são aquelas pessoas que fizerem aquilo que só o humano é capaz de fazer. O que a máquina fizer não tem como competir”, explica o consultor.

Para ele, independente do curso, a grande mudança está na cabeça nas pessoas. Um exemplo: o brasileiro é um dos povos mais conectados na rede, entretanto é o que mais perde tempo com entretenimento. De acordo com a Global Digital Report desse ano, o brasileiro tem o gasto médio de 3 horas e 39 minutos por dia em redes sociais.

“Hoje, a mídia social é uma grande distração, você tem que saber dosar. Nada contra utilizar como entretenimento, mas não perca as oportunidades de usar tudo que as mídias digitais podem te ajudar a crescer como profissional, pessoal e até desenvolver negócios”, afirma Nascimento.

Mudar o pensamento

Adriana Carvalho, master coach em desenvolvimento humano, foi a palestrante do segundo dia do evento e explicou sobre a importância do coaching para o crescimento das pessoas. “O coaching vai fazer com que você alcance os seus resultados, pessoais ou profissionais”, afirma Adriana.

Ele atua com um processo de treinamento para alavancar competências, buscando a mudança do pensamento (o que a palestrante define como mindset) e ajudando o profissional a questionar-se a si mesmo e assim encontrar respostas. Quem eu sou? No que eu posso melhorar? Quais são meus objetivos? E, principalmente, onde quero chegar?

 Uma sociedade solidária

Marilene Zazula Beatris, pesquisadora em economia solidária, participou no terceiro dia e falou sobre essa alternativa para o trabalho e a geração de riquezas na sociedade. Essas práticas partem da necessidade de subsistência das pessoas.

“É uma forma de se organizar de uma maneira coletiva, onde as pessoas que participam estão excluídas do mercado de trabalho formal e produzem determinado produto, gerando trabalho e renda”, explica Marilene.

Segundo a palestrante, o alto índice de desemprego (12,4%, IBGE) é um dos fatores que fazem a atividade crescer. Outro fator que também está relacionado à economia solidária é a tecnologia. De acordo com Marilene, “A tecnologia está avançando, exige mais especialização e capacidade técnica. Muitas pessoas não conseguem mais acompanhar esse mercado, e por isso elas se juntam coletivamente para gerar renda”, afirma a pesquisadora.

Para encerrar a semana, o jornalista Aldo Ribeiro explicou sobre as mudanças no mercado de comunicação. Uma delas é o conceito de omnichannel, em que os canais utilizados para o varejo são vários, de forma que para o consumidor não há mais distinção entre mundo online e o off-line.

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Autor: Evandro Tosin - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König / Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Evandro Tosin - Estagiário de Jornalismo

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