Não é só setembro que é amarelo
Setembro acabou, mas não as causas que levaram a sociedade a pintar este mês de amarelo para chamar a atenção para um problema de saúde pública que parece não ter fim. Não só no “Setembro Amarelo”, o suicídio deve estar na pauta de todos os meses do ano.
De acordo com o Ministério da Saúde, 106 mil pessoas cometeram suicídio no Brasil entre 2007 e 2016. Neste último ano, a taxa foi de 5,8 suicídios por 100 mil habitantes. São números preocupantes que geram campanhas de conscientização para levar apoio e auxílio àqueles que passam por essa dificuldade.
Uma dessas campanhas é a Setembro Amarelo. Criada em 2014, por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), ela marca o mês de setembro com uma série de ações para alertar sobre a necessidade de prevenção do suicídio.
Dentro desse espírito, o Grupo Uninter realizou uma série de bate-papos em suas unidades na cidade de Curitiba. As conversas focaram o tema da saúde mental, abordando aspectos do transtorno de ansiedade, com a psicóloga da área clínica Gisele Lima.
A ansiedade age como uma defesa natural a ameaças em potencial, colocando o corpo em um estado de atenção elevado. Porém, quando essa ameaça não é real, a ansiedade pode causar desde leves desconfortos até doenças psicossomáticas, tais como tremores e falta de ar, e em muitos casos, leva à depressão.
“Esse bate-papo vem ao encontro do Setembro Amarelo, que é o mês de prevenção ao suicídio, e a intenção é falar sobre saúde mental. Por isso que a gente vai falar sobre a ansiedade, que pode ser considerada um dos fatores mais importantes que podem levar alguém a cometer suicídio. Não tem como existir a ansiedade sem ter a depressão. Se a gente for pensar, às vezes a pessoa está num período de muita ansiedade, aí ela fica deprimida, por conta de não ter esse equilíbrio entre as duas partes”, explica a psicóloga.
Durante a conversa foram realizadas atividades com os participantes para gerar interação, como exercícios de respiração para o controle da ansiedade. Gisele ainda destacou a importância de as empresas abordarem esse tipo de assunto com seus funcionários. “Infelizmente acontece pouco, eles não pensam na saúde emocional do funcionário, em o quanto isso pode influenciar e contribuir para a empresa. Quando se cuida mais do funcionário, se tem retorno desse benefício”, relata Gisele.
O mês da campanha já acabou, porém a ajuda deve acontecer todos os dias do ano. Se você tem algum problema ou conhece alguém que está com sinais de depressão, procure ajuda especializada, ou ligue para o 188, número do Centro de Valorização da Vida, que oferece apoio emocional. O serviço funciona 24 horas por dia, e também pode ser realizado via e-mail e chat.
Autor: Barbara Carvalho – Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König / Revisão textual: Jefferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal