Planta curativa faz sucesso no Brasil
Oito entre 10 pessoas da população mundial usam medicamentos derivados de plantas medicinais, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Já no Brasil, 92% da população usa alguma planta medicinal, e desta parcela 46% cultivam essas plantas em casa, e a comercialização representa um lucro de 25% para a indústria. Apesar de toda essa popularização, uma considerável parcela dos estudantes de áreas das ciências biológicas desconhecem o uso de plantas com fins medicinais para tratamento, prevenção e cura de diversas doenças.
A conclusão consta de um estudo publicado na revista Saúde e Desenvolvimento, uma das sete publicações científicas da Uninter. Quatro pesquisadores do Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná, no estado de Rondônia, consideraram na pesquisa um universo de 919 estudantes matriculados nos cursos de biomedicina, ciências biológicas, educação física, enfermagem, farmácia e fisioterapia. Dos 261 que participaram das entrevistas, 103 eram acadêmicos de farmácia e 158 dos demais cursos. Do total, 58% concordam não possuir conhecimento necessário sobre fitoterapia.
Para os autores, a falta de informações sobre como prescrever os fitomedicamentos e a falta de conhecimento sobre a fitoterapia refletem no despreparo dos graduandos entrevistados para a sua futura carreira profissional. O artigo sustenta ser necessário a aquisição de saberes para esclarecer a população sobre pontos essenciais para o uso racional de plantas medicinais, tais como manipulação, coleta e uso terapêutico, para correlacionar o saber popular com o científico.
“O uso de plantas medicinais como forma de tratamento geralmente é uma tradição familiar, que é passada de geração em geração, o que justifica o alto consumo das mesmas. Contudo, observa-se que há um declínio do cultivo caseiro de plantas medicinais, ou por haver restrição de uma parte dos entrevistados devido ao ritmo e estilo de vida dos mesmos, ou pela facilidade de aquisição e resposta farmacológica que os medicamentos alopáticos proporcionam”, diz o artigo.
Segundo os autores, outros estudos anteriores evidenciam que o uso de plantas medicinais deixou de ser uma prática de famílias pobres e nos últimos anos ganhou força, aumentando assim a utilização de plantas medicinais por todas as classes sociais no Brasil. Esses dados explicam por que 8 entre 10 pessoas faz uso de medicamentos derivados de plantas medicinais. Com essa mudança de distribuição por renda desses medicamentos, esse número foi alavancado o que acabou chegando nessa quantidade expressiva.
A inserção da fitoterapia no SUS e a definição de práticas integrativas e complementares foram controversas na pesquisa, pois 54,9% dos entrevistados alegaram concordar com a integração, mas só 9,4% souberam explicar de forma discursiva a respeito da integração. “Vale ressaltar que esta inclusão ocorreu no ano de 2006, e como uma grande parcela do grupo estudado provavelmente irá atuar na área de saúde pública, conhecer a história e as normativas é imprescindível para um bom desempenho profissional”, salienta o artigo.
Leia o artigo completo clicando aqui.
Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Banco de imagens