Simpósio discute qualidade de vida e os riscos da automedicação

Gabriel Bukalowski – Estagiário de Jornalismo

A automedicação causa problemas a mais de 800 mil pessoas por ano no Brasil, o que resulta em mais de 27 mil vítimas intoxicadas pelo uso irregular de medicação, segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicos, da Fiocruz. Pesquisa publicada em maio deste ano (leia aqui) mostra que sete entre 10 brasileiros têm o hábito de tomar remédio sem consulta médica.

Uma das causas da automedicação se deve à rotina estressante. Conforme pesquisa realizada neste ano pela International Stress Management Association (Isma – Brasil), o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking dos países mais estressados do mundo, atrás apenas do Japão. Metade dos brasileiros tem um alto nível de estresse, índice que sobe para 70% entre os japoneses.

“A qualidade de vida muda gradativamente ao passar dos anos. A cultura e a questão econômica atingem diretamente a forma da pessoa viver num mundo diversificado”, diz o professor de educação física Rodrigo Cribari Prado, do Centro Universitário Unibrasil, que fez a palestra de abertura do primeiro encontro do Simpósio Brasileiro de Medicamentos e Qualidade de Vida, na quarta-feira (24), no auditório do Campus Garcez da Uninter, em Curitiba.

Organizado pela Escola de Saúde, Biociência, Meio Ambiente e Humanidades da Uninter, o evento contou com a presença de alunos e professores de outras instituições privadas para acompanhar a palestra com diversos profissionais da saúde. Pela manhã, alunos apresentaram trabalhos sobre assuntos relacionados à saúde humana. A farmacêutica Franciele Cristine Marcon da Silva falou da importância do acompanhamento farmacoterapêutico na terapia antineoplástica oral. Ou seja, “o medicamento que inibe o crescimento de futuros tumores malignos pelo corpo”, explica Franciele.

Apesar de passar os dias se preocupando com a qualidade de vida de outras pessoas, os profissionais muitas vezes esquecem da sua própria. Franciele, por exemplo, reconhece ser refém dessas circunstâncias. “A última coisa que acabo pensando é na qualidade de vida, pois tenho de pensar no trabalho que me traz o dinheiro, o estudo para crescer profissionalmente, os filhos para cuidar e deixo meu bem-estar de lado”, explica.

À tarde o simpósio contou duas mesas de debate. A primeira foi composta por três profissionais para discutir a política nacional de medicamentos e a automedicação. A segunda mesa, com mais três profissionais da saúde, debateu a qualidade de vida e a interação medicamentosa. No final do evento, o palestrante Augusto Silveira explicou como deve ser o descarte correto de medicamentos e as consequências para meio ambiente se isso não for respeitado.

O evento foi organizado através das inscrições pelo site dos organizadores, com o custo de R$ 20,00 por pessoa. No final, foram entregues certificados de 10h para os participantes.

Edição: Mauri König

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