Intercâmbio leva 220 mil para o Exterior em um ano

 

Andressa Cristina da Rosa – Jornalista

Preocupados com a carreira e em busca de aperfeiçoamento profissional, cresce o número de brasileiros que têm aderido aos programas de intercâmbio. Segundo levantamento da Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta), somente em 2015 mais de 220 mil pessoas deixaram o Brasil para estudar em outros países. A maior procura é por cursos de idiomas, graduação e pós-graduação.

O carioca Pedro Magalhães, 25 anos, escolheu o Chile como destino para fazer algumas disciplinas do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. “Sempre gostei de expandir meus horizontes e queria uma experiência internacional. Já vinha estudando inglês por muito tempo, mas desejava aprender a falar fluentemente em espanhol. Foi quando eu tive a oportunidade de estudar na DUOC em Santiago, no Chile”, lembra.

Coordenadora do curso de Relações Internacionais da Uninter, Caroline Cordeiro conta que é preciso planejamento para fazer o intercâmbio. “Como a média de permanência dos estudantes é de seis meses a um ano, é preciso projetar as despesas. Para isso, muitos utilizam o investimento feito em poupança. Contudo, há uma grande parcela que recorre a programas gratuitos para a realização desse sonho”, explica.

Magalhães, que ficou um semestre estudando fora, diz ter buscado o intercâmbio como alternativa para desenvolver competências relacionadas à profissão e diferenciar o currículo, vivenciando uma experiência internacional capaz de conciliar estudo, trabalho e turismo. “Se pudesse voltar, faria tudo de novo. Estudei um semestre bem no centro de Santiago, e aproveitei para fazer muitas viagens pelo país”.

Ao voltar para o Brasil, o estudante já percebeu os reflexos da experiência. “Conquistei uma vaga como técnico de suporte em uma instituição de ensino local e pude ver que o intercâmbio valeu muito a pena. Hoje posso conversar com fluência em inglês e espanhol e parte disso é por ter vivido e estudado em outro país”, acrescenta.

Para quem está pensando em fazer o mesmo, Caroline dá algumas dicas, como a participação em processos seletivos para bolsas de estudos, ofertadas para diversos países. “Hoje, o aluno conta com diversos programas públicos e privados de intercâmbio, que arcam com os custos e, muitas vezes, auxiliam também na moradia e nas outras despesas da viagem”.

Mas a coordenadora lembra que é importante o aluno verificar as instituições parceiras e também analisar em que se enquadra no perfil desejado. “É importante considerar o domínio do idioma, o clima, a cultura e o custo de vida antes de escolher para onde quer ir”, avisa. Esse foi o caminho seguido por Camila Stradiotti, 25 anos, estudante de Relações Internacionais, que se inscreveu no programa de bolsas de um banco e foi contemplada com três mil euros para estudar em um país ibero-americano.

“Poderia ir para o Chile, Espanha ou México, mas como a bolsa tinha um valor fixo, me preocupei com o custo de vida e optei pelo Chile. No período em que estive lá, pensando em gastar menos e para me sentir mais segura, optei por morar com uma família nativa, apresentada por uma colega do intercâmbio”, lembra.  Sobre a experiência de quatro meses no exterior, ela conta que conhecer outra cultura, em todos os seus aspectos, é enriquecedor. “Tive contato com vários estudantes de intercâmbio, de diversos países (Alemanha, Canadá, Finlândia, França), e perceber a visão de mundo de cada um é incrível”.

A coordenadora lembra que existem alguns critérios para a realização do intercâmbio. “O aluno precisa ter mais de 18 anos e estar devidamente matriculado. Ele também passará por um processo seletivo e, por isso é importante que procure o núcleo de práticas de relações internacionais da sua instituição para entender como será cada uma das etapas e, claro, para obter mais informações e auxílio​ para viver essa experiência”, finaliza.

Edição: Mauri König

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