Do hospital para o ringue. E Carlos Paraíba é campeão!
Talita Santos – Estagiária de Jornalismo
“Eu tive uma segunda chance de viver”, diz o lutador Carlos Roberto Gonçalves dos Santos sobre os percalços que enfrentou em sua carreira. Carlos pratica o kickboxing, um esporte que mistura algumas artes marciais às técnicas do boxe, e apesar da pouca idade já passou por muitas coisas. Também conhecido como Carlos Paraíba, o rapaz de 35 anos é campeão sul-americano, vice-campeão pan-americano e bicampeão brasileiro na categoria low kicks.
Foi no colégio que ele desenvolveu o gosto pelos esportes. Preferia as aulas interativas e físicas. “Era com o que mais me identificava. Foi a partir da escola que comecei a praticar esportes. Gostava de participar de campeonatos e fazia todos os tipos de esportes, até que conheci as artes marciais e foi quando me interessei ainda mais”, diz o lutador.
Isso acompanhou o rapaz por muito tempo até que depois de adulto descobriu finalmente a carreira que iria seguir. Entretanto, ele conta que esta decisão veio após um momento difícil de sua vida. “Em um dia chuvoso, minha equipe e eu fomos descarregar algumas máquinas, e meus pés estavam molhados, quando fui acionar esta máquina levei uma descarga elétrica. Não vi mais nada, acordei no hospital”, relata Carlos.
Após esse acontecimento, ele sentiu que teve uma segunda chance na vida e viu nas artes marciais a oportunidade de recomeçar. Foi assim que iniciou no kickboxing. Não foi algo fácil, mas gradativamente o rapaz superou suas dificuldades. ‘’Comecei a praticar bastante e hoje tenho vários títulos na minha categoria”, diz.
Apesar da falta de patrocínio, a carreira de lutador foi se consolidando aos poucos, até que tempos depois houve outro obstáculo. Em 2016, Carlos iria competir no sul-americano, mas durante o treino sofreu uma fratura no osso da face e teve de realizar uma cirurgia. “O treino é pesado mesmo. Isso às vezes pode acontecer por ser uma luta de muito contato”, explica o atleta.
Neste ano, além dos costumeiros campeonatos, ele decidiu enfrentar um novo desafio. Ingressou no ensino superior para cursar Educação Física a distância no polo de Ibiúna (SP) da Uninter. A instituição tem convênio com o Centro Olímpico Municipal, onde são realizadas atividades práticas para os novos alunos do curso a distância, antecipando as aulas que se iniciarão em agosto. Segundo o gestor do polo, Leandro David Godinho, essa iniciativa é um pedido dos próprios alunos.
“Sempre quis fazer algo que estivesse ligado ao que eu pratico, que é a luta. Além disso, já tenho uma academia e tenho planos de aumentá-la, por isso escolhi fazer o curso de Educação Física. Busco conhecimentos profissionais e uma forma de poder aumentar meu negócio, conhecer mais dessa área em que trabalho e pretendo principalmente ser um bom profissional e preparador de grandes atletas”, diz Carlos Paraíba.
Edição: Mauri König