Não se faz ciência política sem paixão pela política

 

Denise Becker – Estagiária de Jornalismo

Segue até esta sexta-feira (19) a semana acadêmica de Ciência Política e Relações Internacionais do Centro Universitário Internacional Uninter, iniciada na segunda-feira (15) e com palestras, minicursos e mesas-redondas em três campi da instituição. O tema da palestra de abertura foi “A Associação Brasileira de Ciência Política e o processo de institucionalização da ciência política no Brasil”, conduzido pelo próprio presidente da ABCP, Renato Perissinotto.

“O foco esse ano é a autonomização do nosso aluno, para que ele compreenda o processo de autonomia científica e intelectual da ciência política, além de prepará-lo para o mercado de trabalho, que vem junto com a institucionalização”, explica a professora Audren Azolin. Segundo ela, a Uninter está comprometida em formar bacharéis em ciência política, politólogos e, do começo ao término do curso, estas questões precisam ser discutidas.

“Pensar ações que integrem o ensino a distância à graduação presencial de modo humanizado, privilegiando os relacionamentos e trocas de saberes são uma busca constante no curso”, diz a diretora da Escola Superior de Gestão Pública, Política, Jurídica e Segurança da Uninter, Debora Veneral.

Entre as práticas previstas para a semana está o SIPOL (Simulado de Ciência Política), que simula todo o processo legislativo e as discussões em torno dos projetos de lei que tramitam no Parlamento. A atividade ocorre durante a semana acadêmica e terá uma nova edição em outubro.

Segundo o presidente da ABCP, a institucionalização da ciência política tem aberto um mercado muito grande de atuações. Antes era só acadêmico e com professores no âmbito de universidades públicas. “Hoje temos universidades privadas, como é o caso da Uninter, que absorve esse tipo de profissional. Mas há pessoas que atuam na área governamental, de empresas, assessorias legislativas, cientistas políticos que trabalham em institutos de opinião, com bons salários”, esclarece.

O professor mostrou alguns dados sobre o crescimento da ciência política no Brasil. Em 1996, havia 10 programas de mestrado, em 2014 o número subiu para 37. Os dados são do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social fomentada e supervisionada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Perissinotto diz ser necessário alguns atributos para ser um cientista político. “Tem de ter paixão pelo objeto, a política. Segundo, tem de ter algo que tempere a paixão, o método e a disposição de estudar a política brasileira e as técnicas científicas que a ciência política exige que você domine para realizar a sua profissão. É um saber especializado que só você tem”, diz.

A professora Audren estima que desde o início do curso, há 17 anos, foram cerca de 30 turmas de cientistas políticos formados e na avaliação do Ministério da Educação (MEC), sempre alcançou a nota máxima. “Isso se deve ao nosso corpo docente, professores pesquisadores engajados, além da estrutura da instituição e dos alunos. A nota 5 é o reconhecimento do trabalho de todos”, completa.

Edição: Mauri König

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