Da sala de aula para o mundo dos negócios. Sem escalas
Adriano Paulo – Estudante de Jornalismo
Há oito meses, numa segunda-feira à noite, nascia um empreendedor numa sala de aula vizinha à Praça Tiradentes, no centro de Curitiba. Durante a aula de Planejamento de Produtos Digitais, do professor Alexandre Correia, um dos alunos teve o lampejo de criar a sua própria agência de comunicação. Passados sete meses, o negócio prosperou de tal maneira que ele até já contratou dois colaboradores.
William Gomes ainda tem dois anos pela frente no curso de Jornalismo do Centro Universitário Internacional Uninter, mas já se enquadra no seleto grupo de empreendedores. Depois de desenvolver vários trabalhos de marketing esportivo para um time de futebol amador, sempre de graça, William criou a K10, agência de serviços de comunicação e assessoria de imprensa.
O nome da empresa faz referência ao apelido de William, Kaiko, e ao número que ele carrega na camisa de futebol em suas investidas como jogador amador – o amador, no caso, é uma formalidade, porque o rapaz bate um bolão nas várzeas de Curitiba. “Numa brincadeira, me chamaram de K10. Achei que ficou um nome bem representativo para a empresa, porque os melhores vestem a 10. Então fica com a K10”, brinca William.
Dito dessa forma, na letra fria do teclado, a frase até soaria arrogante não fosse dita por um sujeito que leva a simpatia no rosto. É essa descontração, que, associada à humildade no trato com as pessoas, que tem levado a K10 a um caminho promissor. Embora jovem, a agência tem trabalhado em assessoria para lojas, marketing digital, criação de banners, design de uniformes e bandeiras para equipes desportivas. Agora começa a investir em workshops voltados à área esportiva.
O início da K10 tem sido tão modesto quanto ao da maioria das empresas – algumas, inclusive, que se tornaram gigantes em sua área de atuação. O escritório funciona no apartamento de William, em um quarto caracterizado com as cores da K10 – o vermelho e o branco, com a logo dourada. Não tem sido fácil, é bem verdade, mas aos poucos ele tem conseguido bons resultados.
Visão de mercado
A ideia da agência K10 surgiu de um projeto pessoal que William já tinha em parceria com mais dois alunos da turma: Danilo e Alysson Moura. “Eles mantêm com muito vigor e empenho um projeto chamado Rádio Web Estação Futebol”, salienta o professor Alexandre Correia, que também é coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da Uninter.
“Eles tratam de matérias relacionadas ao futebol paranaense e seguiram um caminho que considero natural para quem realmente quer crescer dentro do seu segmento. Começaram cobrindo campeonatos de futebol suburbano, Fut7, entre outras modalidades amadoras do estado. Foram então ganhando experiência e aprendendo com os erros, cobrindo uma área que poucas rádios web e rádios AM dão conta de pautar”, diz Alexandre.
O professor lembra que depois de algum tempo, passaram a cobrir jogos do campeonato paranaense de futebol profissional, da primeira divisão. “Ainda dentro deste cenário, os alunos perceberam possibilidades e oportunidades de assessoria de comunicação para os pequenos times da cidade e região. A agência K10 prospecta justamente junto a times pequenos ou amadores, que não têm possibilidades de desenvolver projetos de comunicação e divulgação de suas marcas”, observa.
Alexandre explica que a disciplina de Planejamento de Produtos Digitais possibilita ao aluno aprender na prática o uso de ferramentas de mídias sociais para promover suas marcas e organizações. Ao longo do semestre, os alunos experimentaram desenvolver um projeto online, lançando mão de recursos como FANPages, impulsos de publicação, searchs, entre outras ferramentas para publicação de suas marcas e organizações na grande rede. “Hoje, é impossível pensar em comunicação integrada, sem imaginar uma marca – por menor que seja – sem uma presença efetiva online”, afirma Alexandre.
Edição: Mauri König