Encontro debate as potências, os silêncios e a censuras no jornalismo atual
Três dias de atividades intensas marcaram o 14º encontro dos pesquisadores em jornalismo realizado na Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), em Palhoça (SC), de 9 a 11 de novembro. A diretoria científica da Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJOR) escolheu como tema “A pesquisa em jornalismo como espaço de observação do mundo: silêncios, censuras e potências”.
A conferência de abertura abordou o jornalismo como forma de pesquisa e destacou a importância das questões de gênero nessa profissão. Presidente da SBPJOR, Claudia Lago considera um paradoxo profundo os silêncios sobre os recortes de gênero, tendo em vista que 63% dos jornalistas no país são mulheres. “É uma profissão feminina”, enfatizou.
Pesquisadores discutiram a atividade jornalística e de que forma as pesquisas podem contribuir para mostrar caminhos que levem à democracia em um país onde as comunicações são consideradas um apêndice de outros ministérios. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Rogério Christofoletti tratou das ações práticas da pesquisa em jornalismo e sobre sua importância para o Brasil.
O congresso abriu espaço para apresentação de pesquisas, dissertações e teses. A UNINTER marcou presença apresentando à comunidade científica o resultado da pesquisa do grupo de estudos Jornalismo Alternativo na Era Digital, coordenado pelo professor Guilherme Carvalho. Orientanda nesse projeto, Denise Becker expos uma parte de sua pesquisa sobre a Agência Pública de Jornalismo Investigativo.
“O que não é dito pode não ser percebido: a (não) cobertura jornalística dos riscos ambientais” foi o assunto do trabalho apresentado pela professora de jornalismo da Uninter Eloisa Beling Loose. A exposição se deu no grupo temático sobre “a pesquisa em jornalismo ambiental: silenciamentos e desafios”, coordenada por Ilza Tourinho Girardi (UFRGS).
Em assembleia, a SBPJOR decidiu que em 2017 o seu encontro será realizado na USP, em comemoração aos 40 anos da instituição. Os associados também decidiram fazer uma moção de repúdio à PEC 55, que limita os gastos da União e congela investimentos em saúde e educação por 20 anos.
Edição: Mauri König